Uma rebelião no Centro Socioeducativo (CSE) do bairro Calungá resultou na fuga de cinco menores infratores, em paredes dos quartos e grades de ferro quebradas e reclamações por parte dos agentes socioorientadores. A ação dos internos foi iniciada à 0h30. Depois de quebrarem as paredes, eles saíram de dentro dos dormitórios e usando uma mangueira que fica próximo ao muro conseguiram escalar, descendo pelos galhos que passam por cima da cerca elétrica e estão expostos do lado de fora da Unidade.
Os indivíduos têm entre 16 e 18 anos e três deles foram capturados na tarde de ontem, 8, por policiais militares. Atualmente, 14 adolescentes estão internados no endereço que os agentes criticaram por ser uma casa e não ter estrutura para servir como centro de internação.
“Na verdade, sobre a Unidade, já informamos as autoridades competentes que não tem condições de ser um Centro de Internação Socioeducativo porque não tem segurança. Poderia ser uma unidade de semiliberdade, como um albergue, mas a secretaria ignorou. A secretária e o juizado são os responsáveis pelo que está acontecendo”, disse indignado um agente.
Além disso, o denunciante ainda reforçou que apenas dois ou três socioeducadores revezam os plantões diários, quando o ideal seria ter cinco ou seis servidores. Os policiais militares que atuaram na contenção dos rebelados informaram que dois quartos ficaram destruídos e que cinco fugiram de um dos quartos abrindo buracos nas paredes. Os outros nove permaneceram reclusos, mas resistiram à ação da Polícia, jogando pedras na guarnição composta por três PMs e três agentes.
O diretor do CSE, um oficial de segunda malha da PM e duas equipes da Força Nacional de Segurança (CSE) participaram da tentativa de retomar o controle da situação. Após uma negociação intensa sem sucesso, os policiais atiraram usando balas de borracha calibre 12. Os alvejados ficaram feridos e foram algemados para conter os ânimos.
SETRABES – A Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social confirmou, em nota, a fuga e disse que estão sendo instaurados procedimentos para apurar as responsabilidades. A Setrabes aguarda a conclusão da perícia por parte da Polícia Civil para adotar as medidas cabíveis. Informou ainda que a segurança no local foi reforçada e os órgãos de Segurança Pública estão em diligências em busca dos menores evadidos. (J.B)