Polícia

Jovem desaparece e suspeitos são conduzidos à Delegacia

Walas Ramon Lima dos Santos desapareceu no bairro Operário, quando estava na companhia do pai de uma garota com quem ele supostamente se relacionava

Desde a meia-noite da terça-feira, dia 24, o jovem Walas Ramon Lima dos Santos, 22 anos, está desaparecido. Ele estava na companhia do pai de uma garota com a qual supostamente tinha um relacionamento quando sumiu. Ambos foram abordados em uma região de chácara do bairro Operário, na zona oeste da Capital, por dois indivíduos em uma motocicleta, armados com um revólver calibre 38.

A Polícia Civil passou a investigar o caso e, na noite da quinta-feira, dia 26, uma equipe composta por policiais militares conduziu tanto o pai quanto a filha, por serem suspeitos de ter informações quanto ao desaparecimento.

Segundo o relato do pai da jovem, conhecido como “Piauí”, ele e o jovem bebiam em sua casa que fica no Conjunto Pérola, bairro Doutor Airton Rocha, por volta das 20h, mas a bebida acabou e o homem convidou Walas para beber em um bar que fica no bairro Nova Cidade, onde beberam duas cervejas.

Piauí relatou também que convidou Walas para ir até seu local de trabalho, no bairro Jardim Tropical, onde conseguiria dinheiro e depois retornariam para o mesmo bar, mas na metade do caminho, na altura do bairro Operário, uma dupla de moto, com indivíduos armados se aproximou e disse: “Olha velho, não tenho nada a ver contigo, segue na primeira rua e some”.

O homem disse que recorda apenas que, na hora da abordagem, Walas largou bicicleta e correu para dentro do matagal. Após o ocorrido, Piauí contou que voltou para casa e somente às 5h compartilhou da história com a esposa.

Na manhã da quinta-feira, a adolescente, com quem a vítima supostamente tinha uma relação, foi localizada pela Polícia nas proximidades da residência dela. Os policiais pediram o celular e ela acabou entregando. No aparelho havia várias mensagens que chamaram a atenção dos investigadores, como “já era [palavrão], entrega o cara”, possivelmente os textos tenham relação com Walas.

Até o fim da tarde de ontem, dia 27, o jovem continuava desaparecido. As investigações estão sendo realizadas por agentes que integram o Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas (NIPD) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). (J.B)

Família cobra celeridade nas investigações

A família de Walas Ramon Lima dos Santos, 22 anos, fez uma manifestação cobrando celeridade nas investigações quanto ao desaparecimento do jovem, tendo em vista que desde a terça-feira, dia 24, quando foi visto pela última vez, a Polícia Civil ainda não conseguiu pistas que possam levar a seu paradeiro. A família diz que quer uma solução para o caso. Na manhã de ontem, dia 27, o irmão da vítima procurou a Folha para denunciar a demora no processo de investigação.

“A gente suspeita que seja sequestro de facção. Ele se envolveu com uma moça que é de facção, não sabemos de muita coisa. O que aconteceu é que ele foi pego na rua por dois elementos armados, que apareceram numa moto e desde então não tivemos notícias dele”, disse o irmão.

O familiar contestou o fato de a suposta namorada ter sido conduzida à Delegacia junto com o pai, mas terem sido liberados. “O pai dela estava junto com meu irmão no momento do ocorrido. Ele presenciou. Era por volta de meia-noite. O pai dela não conta nada com detalhes. Sempre conta uma história diferente”, acrescentou o denunciante.

Segundo o irmão do desaparecido, a adolescente nega que namorava Walas. Mas como saía sem celular, a família teve acesso às conversas. “É uma conversa muito íntima. Falando sobre sexo. Por isso a gente tem essa desconfiança. Ela tem um suposto namorado que é de uma facção. Essa moça também tem fama de que participa de facção. Eu não posso afirmar, mas nós suspeitamos”, explicou.

Conforme as informações, depois de apreenderem o celular da menor, os investigadores descobriram que ela participa de um grupo de WhatsApp que é de facção. Nas conversas alguém pedia para retirá-la do grupo porque a Polícia estava no encalço. Antes de a Polícia apreender o celular, ela conseguiu desinstalar o WhatsApp, tirou o chip e jogou fora, no entanto parte da conversa que ela teve no grupo, foi recuperada.

MANIFESTAÇÃO – Na tarde de ontem, familiares e amigos de Walas reuniram-se em frente ao prédio do 5º DP para fazer uma manifestação. Na ocasião, eles estavam segurando cartazes pedindo que o jovem fosse libertado, que a Justiça fosse feita e que ele era de bem. O irmão da vítima explicou que o objetivo era pedir celeridade no processo de investigação.

“A mobilização é para reivindicar solução quanto ao desaparecimento de Walas. Queremos que a Polícia acelere o processo porque a aflição e o desespero da família são intensos. Até agora não temos resposta de nada. Não sabemos se ele está morto ou se está vivo. Nós estamos divulgando para ver se alguém dá alguma informação para a gente”, esclareceu.

O familiar explicou que, depois da espera de 24 horas, a Polícia Civil começou a diligenciar quanto ao caso. “Eles estão trabalhando, buscando pistas, mas nós queremos ajudar, por isso estamos fazendo a manifestação e buscando um apoio da população. Toda vizinhança conhece meu irmão. É um rapaz que trabalha, não se envolve com drogas. Atualmente estava trabalhando com lavagem de carro, no fim da avenida Estrela D’alva. Nunca se envolveu em briga, nunca foi preso, nem quando era menor de idade. Sempre tranquilo. A Polícia acha que ele está no cativeiro”, concluiu.

POLÍCIA CIVIL – A Polícia Civil informou em nota que, desde o registro da ocorrência do desaparecimento do jovem Walas Ramon Lima dos Santos, o Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas está investigando o caso. Informou ainda que neste momento o Setor de Operações, em conjunto com outras unidades de Polícia, está em diligências no caso. “A Polícia Civil pede a colaboração da população e quem tiver informações sobre o jovem pode entrar em contato pelo 190 ou 197”, destacou a Polícia. (J.B)