Polícia

Jovem é executado com 2 tiros em um possível acerto de contas

Indícios apontam um caso de execução, uma vez que o feirante de 18 anos tinha pendência com a Justiça e uma passagem pelo CSE

Na madrugada desta quinta-feira, 03, o jovem feirante Henrique da Silva Santos, de 18 anos, foi executado em via pública no bairro Nova Cidade, zona Oeste da Capital. Ele foi atingido por dois tiros, um no peito e outro nas costas. A família acredita que ele tenha sido vítima de uma emboscada.

Henrique auxiliava o pai que é feirante e já respondia por alguns crimes praticados quando ainda era menor.

“Ele trabalhava comigo na Feira do Produtor e estava morando com a sogra no bairro Liberdade. Ele andou aprontando um tempo, mas depois que casou ficou calmo. Estava sendo convocado para prestar depoimentos de coisas que ele fez quando ainda era menor. Depois que ele saiu do CSE [Centro Socioeducativo] estava trabalhando comigo”, explicou o pai.

Durante todo o feriado do Dia de Finados, o pai afirma que esteve junto com o filho na feira e que depois do expediente levou o rapaz para sua casa, onde ficou por lá até as 20h30, momento em que a companheira chegou. “Eles saíram da minha casa e disseram que iriam para a casa da sogra dele. A mulher dele contou que estavam chegando perto de casa, no Liberdade, quando um Celta de cor preta se aproximou e os homens pediram que ele entrasse porque ele tinha que fazer uma ‘prova’”, destacou.

Depois disso, a família e a companheira perderam o contato com ele. Os familiares desconfiam que as mesmas pessoas que o levaram no veículo sejam os autores do homicídio. Quando questionado se o filho teria envolvimento com o tráfico de drogas, o pai ressaltou que possivelmente o filho era usuário, mas que não comercializava entorpecentes e que não acredita que este tenha sido o motivo da morte.

“Eu só fiquei sabendo hoje pela manhã que ele tinha morrido. A mulher dele contou como tinha acontecido. Pegamos um carro na feira, fui lá [local do crime] junto com o irmão dele, que já sabia do caso. Quando cheguei, os vizinhos me disseram onde tinha acontecido a morte. O corpo não estava no local, mas tinha marcas de sangue. Eu vi onde deram o primeiro tiro, onde deram o segundo e ele caiu mais na frente. Um tiro pegou no peito e outro pelas costas, que perfurou o pulmão”, afirmou o familiar. Henrique morreu minutos após ser baleado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para atender a ocorrência, no entanto, quando chegou ao local o rapaz já estava sem vida. A Polícia Militar isolou o lugar até a chegada da Perícia Criminalística que coletou informações da cena onde o assassinato aconteceu. O corpo foi removido por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) e, após realização de exame cadavérico, foi liberado na manhã de ontem.  O caso ficará sob a responsabilidade da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH).

O pai revelou que o filho tinha pendências com a Justiça. “Ele tinha problemas com a polícia por causa de roubo de moto, mas por hora ele estava parado, não estava envolvido com nada e estava casado com a mulher.

Não sei se ela vai saber quem são os caras, mas acho que ela pode conhecer. Era um rapaz novo, saudável, com a vida toda pela frente, mas é aquela história: quem se envolve com bandido, primeiro vai para a cadeia e depois vai para o cemitério. Não foi falta de conselho de pai”, disse emocionado. (J.B)