Polícia

Jovem que entrou em coma ao ser abordado pela polícia morre no HGR

Laudo do IML atesta que rapaz morreu de politraumatismo, enquanto a PM fala que policial usou “técnicas de imobilização”

Depois de sete dias em coma, o jovem Ruidglan Souza, 21 anos, abordado pela polícia em frente a sua residência, na Rua das Acácias, bairro Pricumã, morreu às 09h30 desta segunda-feira. Familiares revoltados pedem Justiça. O Governo do Estado reforçou que o caso já está sendo investigado pela  Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Roraima.

O corpo foi liberado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) nas primeiras horas da tarde de ontem para os familiares e, conforme laudo médico, a causa da morte foi politraumatismo. Detalhes sobre o caso foram divulgados pela Folha na edição de sábado passado, 31.

A internação do rapaz na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Roraima (HGR) aconteceu no mesmo dia em que Ruidglan sofreu oito convulsões, após “uso de técnicas policiais de imobilização”, conforme nota divulgada pela Polícia Militar. Mas os familiares alegam que o jovem foi espancado, o que gerou a crise de convulsões, paradas cardíacas e “teve que ser reanimado pelo próprio policial agressor”, enquanto o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não chegava ao local.

Na noite do fato, dia 27, terça-feira, a polícia fez o Registro de Ocorrência Policial (ROP), que foi encaminhado para o 5o Distrito Policial, relatando que o local é conhecido como ponto de venda de drogas. Na tarde de quinta-feira, 29, parentes da vítima procuraram o 2o Distrito Policial para fazer o registro da ocorrência.

O Comando-Geral da Polícia Militar informou que irá adotar as medidas necessárias para apuração do fato e que não compactua com violência gratuita ou quaisquer outros desvios de conduta de integrantes da corporação.

GOVERNO – O Governo do Estado informou que está realizando todo o procedimento quanto à atuação dos policiais militares na ocasião da prisão do jovem Ruidglan de Souza Costa. Ressaltou que o processo de apuração está dentro dos trâmites legais, sendo conduzido pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Roraima. “Cumpridos todos os procedimentos necessários ao processo, caso comprovada conduta incompatível, os policiais militares serão punidos com os rigores da lei”, frisou o governo. (J.B)