O juiz Camilo Schubert Lima, da Justiça de Goiás, homologou a prisão do ex-senador Telmário Mota após a realização da audiência de custódia dessa terça-feira (31). Na decisão, o magistrado determinou a transferência do político para unidade prisional “que atenda às prerrogativas do cargo” de senador.
Além disso, Lima ordenou que a prisão onde está o ex-senador assegure atendimento médico e medicamentos necessários ao seu tratamento de saúde. A homologação da prisão e suas condições foram a pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO).
Telmário Mota está preso por ser acusado de ser o mandante do assassinato de Antônia Aráujo de Sousa, de 52 anos – mãe de sua filha de 18 anos, que o acusou de estupro às vésperas das eleições de 2022. Testemunha dessa acusação, Antônia foi morta com um tiro na cabeça três dias antes de ser ouvida.
Vale ressaltar que a Justiça de Goiás analisou apenas a legalidade da prisão. A defesa de Telmário Mota pediu o relaxamento da prisão, ao alegar que foi realizada em horário “inadequado” por policiais que não estavam em viatura oficial, e sem a apresentação do mandado. Os advogados também citaram possível “uso desarrazoado da força”.
No entanto, os argumentos não convenceram o juiz, que avaliou a prisão como legal, assim como o mandado cumprido dentro da validade. Para ele, as alegações da defesa sobre as circunstâncias da prisão “não ficaram bem esclarecidas”.
O que disse Telmário na audiência
Durante a audiência de custódia, Telmário Mota declarou que a prisão foi realizada dentro da “normalidade da polícia” e explicou que foi a Brasília em avião comercial, visitou o Senado Federal e depois seguiu para Goiânia na sexta-feira (27) para participar de uma feira agropecuária e visitar uma fazenda no fim de semana.
Ele revelou que soube da notícia de sua prisão por um amigo, porque seu celular não tem acesso a internet, e ligou para o advogado Bruno Braga, o qual o orientou a se apresentar em Brasília. Telmário Mota disse, no momento da prisão, foi abordado enquanto chegava à de um amigo, reclamou que o policial não precisava encostar seu rosto no muro e que pediu calma por colaborar. Por fim, ele elogiou o trabalho do delegado de Nerópolis, André Fernandes, mas disse não ter gostado de terem registrado uma foto dele logo após ser preso, e negado a possibilidade de conceder entrevista.
Para o juiz Camilo Schubert Lima, o próprio Telmário contradisse o argumento de sua defesa e negou ter sofrido qualquer tipo de violência durante a prisão. “Em que pese a defesa pontuar que o cumprimento da ordem de prisão teria se dado com uso desarrazoado da força, durante audiência de custódia o próprio autuado afirmou que não sofreu qualquer tipo de violência ou coação, o que impõe o afastamento do pedido de relaxamento de prisão”.