Polícia

Julgamento de Silvino Lopes será nesta terça-feira

O ex-delegado de polícia é acusado de ser mandante do assassinato de jovens no ano 2000

Passados mais de 16 anos, a Justiça de Roraima realizará nesta terça-feira, 06, no Fórum Criminal da Comarca de Boa Vista, Ministro Evandro Lins e Silva, o julgamento do ex-delegado de policia Silvino Lopes, acusado de ser mandante da chacina do Cauamé, crime ocorrido no dia 05 de novembro de 2000.

Na ocasião, sete adolescentes, com idades entre 13 e 21 anos, foram brutalmente assassinados as margens do Balneário Cauamé, localizado na saída da capital, sentido Pacaraima. Outros dois jovens acabaram sobrevivendo à ação.

Durante a chacina obrigaram os jovens a deitarem no chão. Em seguida, com requintes de crueldade e armados com revólveres e facas iniciaram a execução das vítimas.
O fato gerou repercussão nacional pela crueldade dos crimes. Ao todo, os jovens H.S.N., E.S.L., J.C., R.A.S., R..A.S., T.M.F.R., G.A.L.S., R.S.V., e R.A.S. foram vitimados com aproximadamente 80 facadas e seis tiros.

Na época do crime, Silvino Lopes também era ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados em Roraima (OAB-RR), o que acabou causando grande repercussão na sociedade. Um dos sobreviventes do massacre o reconheceu por meio de fotografia, o que causou a sua prisão.

O JURI

O julgamento inicia às 8 horas e segue durante o dia. Aberto ao público, o júri acontece no Fórum Criminal, na Av. José Tabira de Alencar Macedo, nº 602, bairro Caranã. A acusação será conduzida pelo promotor de justiça Carlos Paixão de Oliveira.

Conforme a denúncia do MPRR, Silvino Lopes será julgado por homicídio triplamente qualificado em razão do motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimase ainda por tentativa de homicídio. Os crimes são previstos no artigo 121, combinado com 14 e 69, todos Código Penal.

Esta é a segunda vez que o réu vai a julgamento. Em 2001, Silvino Lopes foi absolvido pelo júri, porém o MPRR recorreu e a justiça anulou o julgamento. Apesar de recorrer da decisão, o réu teve todos os pedidos indeferidos, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal.

CONDENADO

No ano de 2007, o policial Wellington Gentil foi condenado a 115 de reclusão. Atualmente ele cumpre pena na Cadeia Pública de Boa Vista. Este foi o segundo julgamento do réu, que em 2001 também foi absolvido dos crimes e teve o julgamento anulado, após pedido do Ministério Público de Roraima (MPRR).

Outro envolvido no crime, Mocélio Pereira Linhares, está foragido do sistema prisional desde 2000.

Com informações do Ministério Público de Roraima (MPRR).