A Justiça de Roraima decretou durante audiência de custódia neste domingo (14) a prisão preventiva do pastor de 40 anos acusado pelo estupro de duas adolescentes, de 14 e 16 anos. A mãe delas, de 38 anos, suspeita por acobertar o crime para obter vantagens financeiras, também foi mantida presa.
A reportagem da FolhaBV teve acesso a decisão, onde diz que a Defensoria Pública chegou a solicitar a liberdade provisória dos dois, pelo fato de possuírem endereço fixo “onde facilmente poderão ser localizados para responder a ação penal em momento oportuno” e por serem “tecnicamente primários, [com] bons antecedentes sociais e trabalho lícito”.
Já a juíza plantonista, em sua decisão, não viu condições que permitissem a liberação dos presos.
“As provas produzidas nos autos são cristalinas, tanto pelos depoimentos coerentes, precisos e harmônicos prestados pela vítima e testemunhas. Assim, não havendo condições, a priori, de conceder liberdade provisória para ambos os flagranteados, como forma de manter a paz social e principalmente a integridade física e mental da vítima”, diz.
Os dois devem ser encaminhados ainda hoje para o sistema prisional.
O CASO – Tudo começou por volta de um ano atrás quando o pastor foi convidado pela mãe das adolescentes para morar na casa da família no bairro Raiar do Sol, após se separar da ex-mulher e ser expulso do lar.
A casa possui três quartos, mas o indivíduo teria sido abrigado no quarto das meninas, onde dormia na cama de casal da mais velha e fugia pela madrugada para a cama de solteiro dividida pelas mais novas, de 10 e 14 anos. A possibilidade da caçula também ter sido abusada será investigado pela Polícia Civil.
O pastor teria ganhado ‘apoio’ da mãe das vítimas quando passou a pagar todas as despesas da casa. O marido e pai das adolescentes, não estava feliz com isso e chegou a registrar um boletim de ocorrência nas últimas semanas, por isso, conseguiu tirar o indivíduo do imóvel há 30 dias.
Segundo a Polícia Civil, a adolescente de 16 anos tem apresentado comportamento depressivo ao se automutilar. Acredita-se que seja uma reação aos abusos sexuais.
PRISÃO – A prisão ocorreu no sábado (13), após o irmão das vítimas, de apenas 12 anos, ver quando o pastor, mesmo expulso, retornou ao local para estuprar a adolescente de 14 anos.
O menino estava brincando na rua e ao voltar para casa, entrou no quarto e viu o pastor cometendo o estupro. Bastante nervoso, a criança saiu de bicicleta e ao encontrar uma viatura da Companhia Independente de Policiamento Urbano e Rodoviário (Ciptur) da Polícia Militar, contou o que tinha acontecido.
A equipe foi até a casa da família e quando o menino avisou a mãe, a mulher teve uma reação agressiva. Ela chegou a dizer que nunca mais falaria com o filho e também não o perdoaria por ter feito aquilo. Aos policiais, ela disse que o marido havia denunciado o pastor pelo estupro de uma das filhas, mas desconhecia a veracidade da denuncia.
O caso seguirá em investigação pelo Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente (NPCA).
