O detento Edson Sales dos Reis, 47 anos, conhecido como “Camelo” morreu em decorrência de um infarto agudo do miocárdio, causado pelo consumo de tabaco, segundo o termo de liberação de cadáver disponibilizado para a reportagem da Folha. A Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUC) registrou Boletim de Ocorrência para comunicar a morte.
“Camelo”, que cumpria pena de 4.380 dias em regime fechado pelos crimes de estupro e coação de menor, foi um dos 511 presos transferidos da Cadeia Pública Masculina de Boa Vista (CPMBV) para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC) no dia 12 deste mês.
Esta é a segunda morte por infarto na unidade prisional em um período de três semanas. No último dia 16, Nilton Cesar Alves da Costa, de 42 anos, o “Cezinha”, passou mal dentro de sua cela, foi socorrido, porém morreu no Pronto Socorro Francisco Elesbão, segundo laudo do IML, também por morte decorrente de infarto.
VERÃO – Agentes penitenciários ouvidos pela nossa reportagem, acreditam que casos de morte naturais dentro do presídio podem aumentar durante o verão. “A temperatura nas celas é muito elevada. Os detentos idosos e doentes são os primeiros a sofrer. A higiene está precária e alguns não trocam de vestimenta com frequência. Só tem a piorar”, disse um dos funcionários que não quis ter sua identidade revelada.
OUTRO LADO – A Folha questionou a SEJUC sobre as denúncias encaminhadas por trabalhadores e foi informada que o processo para aquisição de itens de higiene está em fase final, que a empresa irá providenciar o envio desse material e que respeita as leis em vigor, considerando todas as etapas desde a cotação de preços ao fornecimento.
A Sejuc ressaltou ainda que às sextas-feiras os detentos da Pamc recebem itens de higiene pessoal e que no estoque há creme dental, sabonete e sabão em barra. Os demais itens, a exemplo de sabão em pó, estão em fase de aquisição e devem ser normalizados nos próximos 20 dias.
Sobre atendimento médico, esclarece que diariamente há equipe médica na unidade, composta por clínico geral, psicólogo, psiquiatra, nutricionista e odontólogo. Aos finais de semana e feriados, se houver necessidade de atendimento médico, o detento é escoltado ao Hospital Geral de Roraima (HGR).
Quanto aos conjuntos de roupas utilizados pelos detentos como forma de organização e equidade, disse estar em andamento o processo licitatório para compra de novos e, tão logo encerre o trâmite burocrático, os itens de vestuário serão entregues aos presidiários. (V.F.)