Um acidente de trânsito no quilômetro 475 da BR-174, que ocorreu por volta das 21h30 dessa terça-feira, 26, resultou na morte de Elidiana Silva Nascimento, 32 anos, moradora de Mucajaí. Ela pegou carona com um amigo e ambos seguiram de moto, modelo Yamaha/YBR, 125 cilindradas, à noite, porque decidiram voltar para casa, onde ela havia deixado seus filhos com idades entre 8 e 15 anos, mas na metade do caminho foram atropelados por um veículo de cor branca.
O motorista fugiu sem prestar qualquer socorro e algumas testemunhas contaram para a guarnição da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que uma picape modelo Chevrolet/S10 foi vista transitando pela rodovia com a frente destruída e um pneu dianteiro estourado. Os policiais que já estavam dando apoio à ocorrência decidiram seguir os rastros deixados no asfalto pelo pneu estourado e foram levados até o estacionamento de uma igreja evangélica que fica no Centro de Mucajaí.
Os agentes não conseguiram ver se a frente do veículo estava danificada e se o pneu estava estourado porque foi estacionado com a frente para uma parede, de modo que impossibilitou qualquer visualização. Além disso, não conseguiram abordar qualquer suspeito. Todas as informações colhidas foram entregues na Central de Flagrantes do 5o DP para que a Polícia Civil esclareça os fatos. Mas quem viu o carro entrar no estacionamento, confirmou que estava com frente danificada e o pneu estourado.
Pelas características, a PRF constatou que o impacto foi tão grande que as vítimas foram arremessadas metros à frente e a moto foi parar no mato, muito longe da pista. O corpo da mulher estava muito machucado, com uma poça de sangue muito grande na região da cabeça.
Na manhã de hoje, a reportagem da Folha conversou com a mãe da vítima. Ela contou que insistiu para que a filha ficasse em Boa Vista para dormir e retornar apenas na manhã de hoje, mas Elidiana quis ir embora. Antes disso, tirou várias fotos e se despediu. Por volta das 3h, a filha da vítima acordou a avó afirmando que teve uma visão de que sua mãe estava morta. A avó acreditou que menina havia sonhado e pediu que ela voltasse a dormir. “Quando eu dei por mim, estavam batendo na minha porta às 5h, dando a notícia da morte da minha filha”, contou e entrou num choro profundo.
A outra vítima, condutor da moto, teve uma fratura na perna direita e nos dois braços, além de um trauma na cabeça, mas ainda assim permaneceu consciente, deu as informações à Polícia e foi encaminhado para o Pronto Socorro Francisco Elesbão, no Hospital Geral de Roraima (HGR), por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Mucajaí.
Elidiana era viúva. Ela perdeu o marido há seis anos e agora deixou seis filhos. A família dela informou que fez uma investigação por conta própria e descobriu quem seria o autor do atropelamento. De qualquer maneira, ainda é cedo fazer qualquer afirmação, de modo que será necessário aguardar o resultado da apuração que está sendo feita para Polícia Civil. Até o fim da manhã de hoje, 27, ninguém foi preso.
Na manhã dessa quarta-feira, o corpo foi examinado e liberado para os familiares realizarem o funeral que ocorreu na casa da mãe, no bairro Santa Tereza e sepultamento. Um dos parentes questionou o fato de o homem não ter ajudado as vítimas. “Ele deveria ter parado, ajudado, levado para o hospital. Talvez ela não tenha morrido na hora e se tivesse recebido atendimento médico, ainda poderia ser salva”, concluiu. (J.B)