Uma mulher, de 34 anos, que denunciou um motorista de transporte escolar, de 37 anos, por ter assediado sexualmente da filha dela, de 13 anos, entrou em contato com a FolhaBV para pedir por Justiça. O caso foi denunciado no dia 2 de outubro deste ano, na Delegacia de Polícia do Cantá.
Durante entrevista à reportagem, a mulher contou que sua filha era amiga da filha do suspeito e por isso, frequentou a casa dele algumas vezes, local onde teria ocorrido pelo menos um dos assédios. O outro, teria ocorrido dentro do ônibus.
A mulher descobriu o crime após a menina passar o dia na casa do suspeito e ter visto uma foto dele com as duas garotas em uma cama.
“Ele pediu para a minha filha ir para lá para brincar com a filha dele, como elas eram amigas e só moravam eles dois, eu deixei. A hora foi passando e nada dela voltar, mandei mensagem para o celular dele e ele me enviou essa foto. Na hora, o meu coração de mãe sentiu que tinha algo errado”, explicou.
Quando a adolescente voltou para casa, por volta das 19h, a mulher a questionou a menina para saber se tinha acontecido alguma coisa e ela confirmou os fatos.
“Ela não omitiu nada e contou que ele ficou a abraçando, e a acariciando. Além de fazer ameaças, caso ela contasse o que aconteceu. Inclusive, uma das vezes ocorreu dentro do transporte escolar quando ele foi deixá-la em casa”, disse.
Após tomar conhecimento do crime, a mulher procurou a escola da vítima. A unidade de ensino acionou o Conselho Tutelar, que acompanhou a mãe a vítima até a Delegacia de Polícia, onde foi registrado o Boletim de Ocorrência. Esse mês, ela formalizou uma denúncia no Ministério Público.
Segundo a denunciante, além da denúncia dela, o motorista possui duas medidas protetivas e mais três denúncias de assédio sexual contra menores de idade.
“Outras alunas da escola também denunciaram o motorista. Ele primeiro conhecia os pais e ganhava a confiança para depois fazer o que fazia. Pelo o que fiquei sabendo, por onde ele passa faz isso com as meninas, tem um histórico horroroso”, disse a mulher.
DEMORA
Segundo a denunciante, a Secretaria Municipal de Educação de Cantá teria demorado 14 dias para afastar o motorista das funções. Nesse período, a vítima e os outros filhos dela ficaram sem ir à escola. Além disso, segundo ela, o acusado já foi ouvido pelo delegado, mas continua solto.
“Demoraram quase duas semanas para afastar ele. Nesses dias, os meus filhos deixaram de ir para a escola por medo do que ele poderia fazer”, comentou.
Após pouco mais de um mês da denúncia, a família voltou as atividades normais, mas ainda com receio de andar nas ruas, tendo em vista que o homem mora no mesmo bairro. “Ela voltou a frequentar à escola, a sorrir e fazer as suas coisas, mas, ainda assim, temos medo de deixá-la sozinha ou andar na rua, pois ele fica nos intimidando, indo ao trabalho da minha irmã quase todos os dias. Não sabemos do que ele é capaz de fazer”, destacou.
A mulher finalizou pedindo que a justiça seja feita. “O sentimento que tenho é de frustação e indignação, pois até agora nada aconteceu com ele. Quero muito que a justiça seja feita e ele pague o que fez com a minha filha e as outras alunas”, finalizou.
Polícia Civil
A reportagem procurou a Polícia Civil, que informou por meio de nota, que foi instaurado um inquérito policial para esclarecer totalmente o crime. O procedimento está sendo instruído e em fase final de conclusão.
Secretaria Municipal de Educação
Também procuramos a Secretaria Municipal de Educação do Cantá para saber porquê a demora para afastar o motorista e o órgão não enviou nota formal, mas informou por ligação que o acusado era de uma empresa terceirizada e não fazia parte do quadro de servidores. Além disso, informou que após ter conhecimento da denúncia, o homem foi exonerado.