Dando prosseguimento nas investigações a respeito da morte das jovens Janaína Cavalcante da Silva e Raniele Barros de Almeida, cujos corpos foram encontrados em covas rasas em um terreno baldio no bairro Tancredo Neves, a Polícia Civil e a Polícia Militar realizaram uma operação que resultou na prisão de cinco pessoas envolvidas com organizações criminosas e suspeitas de comandarem diversas execuções no estado.
As prisões iniciaram na quinta-feira, dia 23, e as diligências se encerraram na manhã de ontem, dia 24, quando os últimos suspeitos foram localizados. No total, cinco homicídios foram esclarecidos pela Polícia Civil.
Foram presos na ação: Janaína Willians, conhecida como “Mil Grau”; Ronaldo Borges de Castro, o “Japoca”; Carlos Germano Alberto Marques; Raiandry Santana da Silva e um adolescente, de 17 anos. Eles eram investigados pela equipe há vários dias. Após receber a informação de que os suspeitos estariam planejando uma nova série de sequestros e ataques, foi possível abordá-los em uma casa no bairro Pintolândia, zona Oeste da Capital.
No local, foram encontradas as cinco pessoas e apreendidas duas armas de fogo, telefones celulares e anotações da organização criminosa à qual são membros. Dentre os presos, Janaina Willians, conhecida como “Mil Grau”, é apontada como responsável por coordenar em Roraima a célula feminina da facção criminosa que integra. Conforme as investigações, Janaína era quem conduzia o tribunal do crime de mulheres que infringiam as normas da própria facção ou da facção rival.
Segundo o chefe da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), Roney Cruz, a prisão só foi possível porque as equipes já vinham monitorando Janaina Willians antecipadamente. Ele explicou que a mulher já cumpre pena em regime aberto e é monitorada por tornozeleira eletrônica, o que não a impediu de comandar a execução dos crimes.
Foi confirmado que Janaína Williams foi quem determinou os assassinatos das duas jovens que, na ocasião, foram sequestradas, torturadas, mortas e enterradas. O primeiro corpo foi encontrado no dia 3 de agosto, por volta das 22h, enquanto o corpo da segunda vítima foi localizado numa cova ao lado, na manhã do dia 4, no entanto, o sequestro aconteceu no dia 24 de julho.
“No celular da Janaína foram encontrados áudios e vídeos enviados por outros membros da facção, alguns deles já presos, que mostram o momento da execução e depois os corpos sendo jogados nas covas. Também há indícios de participação dela e de outras pessoas em vários outros homicídios”, disse.
A delegada-geral da Polícia Civil, Giuliana Castro, ressaltou que a integração entre as instituições foi fundamental para os resultados da operação. “A integração tem sido essencial no trabalho das forças de segurança pública. O resultado disso é que as polícias têm atuado diariamente na busca de conter o avanço da criminalidade, dando resposta à altura na eficiência e agilidade nas prisões”, concluiu.
A ação conjunta ocorreu entre o Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Departamento de Narcóticos (Denarc), Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE) da Polícia Civil, Dicap e Departamento de Inteligência da Polícia Militar. Os presos serão apresentados em audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça. (J.B)