Polícia

Médico é preso suspeito de estuprar adolescentes de 13 e 14 anos 

As meninas eram amigas da filha do suspeito e chegaram a dormir na casa dele. Outras denúncias chegaram à polícia

Na manhã dessa quinta-feira, 31, o médico, farmacêutico bioquímico e bacharel em direito, D.E.D, de 47 anos, foi preso em cumprimento de mandado de prisão como suspeito de estupro de vulnerável e corrupção de menores, crimes que estariam sendo praticados contra três adolescentes com idades de 13 e 14 anos, amigas da filha dele. Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão em sua casa, localizada no bairro Caçari. A ação foi realizada por agentes do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA).

Conforme a delegada titular do NPCA, Jaira farias, a investigação contra o médico teve início após a comunicação da mãe de uma das vítimas que tem 14 anos. A denúncia surgiu em setembro deste ano. O suspeito adicionou a garota numa rede social e passou conversar com ela de forma privada e o assunto passou a ter conotação sexual, ao ponto dele enviar uma fotografia de seu pênis para a adolescente.

“A vítima ficou assustada e o bloqueou, mostrando o relato depois para a psicóloga da escola particular onde estuda. A mãe da adolescente foi comunicada e, juntamente com a psicóloga procuraram o NPCA para registrar o Boletim de Ocorrência [B.O]. Iniciamos as investigações e surgiram mais duas vítimas dele, também amigas da filha do acusado. Entretanto, essas duas eram garotas que frequentavam a casa dele, por conta da amizade com a filha do acusado”, detalha a delegada.

Segundo Jaira, quanto a essas duas adolescentes, o relato delas é de que o acusado as abraçava de forma maliciosa, passando as mãos nos seios delas. “Elas eram muito amigas da filha do acusado e foram criadas muito próximas. Chegavam a dormir uma na casa da outra. Muitas vezes, segundo o relato das vítimas, quando elas dormiam na casa da filha do acusado, ele entrava no quarto delas de manhã cedo, deitava na cama onde estavam e as alisava, constrangendo-as”, conta a delegada.

Diante do relato das vítimas, a delegada Jaira Farias representou pela prisão do acusado que foi decretada pela Justiça. Ele foi interrogado na Unidade Policial e negou ter praticado os crimes contra as adolescentes. Quanto à garota que enviou a fotografia, ele disse que a filha estava muito empolgada com a amizade com ela e que decidiu puxar conversa para saber como era sua conduta.

Após ser formalizada a prisão do suspeito, foi levado para exame de integridade física e encaminhado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), onde ficará à disposição da Justiça. Em relação à busca e apreensão, a delegada disse que foram apreendidos um notebook e o celular do médico para serem periciados.

“Foi realizada uma perícia preliminar pela equipe do Instituto de Criminalística nos equipamentos e foram encontrados arquivos suspeitos, após o rastreamento. Desta forma os equipamentos foram encaminhados à perícia para verificar esses arquivos e vamos aguardar o laudo dessa análise”, revelou a delegada.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL – Segundo Jaira Farias, fica caracterizado como estupro de vulnerável a prática de atos de conotação sexual ou conjunção carnal, em que a vítima é menor de 14 anos. “O crime de estupro de vulnerável fica configurado tanto pelo ato sexual quanto pelo ato libidinoso, que pode ser caracterizado até mesmo pela contemplação lasciva, sem a necessidade de existir o contato físico entre autor e vítima. A vulnerabilidade é considerada absoluta e inquestionável em casos de atos libidinosos com menores de 14 anos”, explica a autoridade policial.

OUTRAS DENÚNCIAS – Após a prisão do médico, outras duas denúncias chegaram à Folha. A primeira delas faz referência ao período em que ele era militar, também envolvendo uma menor, e o caso teria chegado a ser denunciado e investigado, mas não teve andamento.

Uma funcionária pública também denunciou o suspeito ao afirmar que em 1998 sofreu uma tentativa de estupro por parte do homem. “Passei mal na hora que vi a notícia e percebi que as iniciais batiam com o nome dele. Eu nunca esqueci do que ele fez comigo. Quantas garotas podem ter sofrido isso?”, questionou. (J.B)

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