SANTA TEREZA

Menina alvejada em distribuidora está com bala alojada no tórax

Criança foi alvejada com cinco tiros, três deles, nas costas

Mãe segurando o brinquedo favorito da filha (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Mãe segurando o brinquedo favorito da filha (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Desde o final da tarde do último domingo, 2, a família de I.V.P.P., de 5 anos, está vivendo momentos de angústia, após a menina ser atingida com cinco tiros em uma distribuidora, no bairro Santa Tereza.

A reportagem da FolhaBV, conversou com a mãe da menina, D.P., de 30 anos, que contou detalhes sobre o dia do crime.

DIA DO CRIME

De acordo com a mulher, no domingo ela tinha saído em sua bicicleta juntamente com a filha para comprar sorvete, pois a menina estava insistindo e D.P. havia prometido que a levaria.

Conforme o relato, depois de voltar da sorveteria, a mulher passaria em um supermercado que fica na Avenida Santa Tereza, mas o local também estava fechado e ela decidiu ir atrás de outro lugar para comprar o sorvete.

Ela teria saído em busca de algum estabelecimento aberto e foi adentrando o bairro até parar na distribuidora, que segundo ela, foi a primeira vez que ia até o local.

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“Eu não ando naquele rumo, mas ela insistiu bastante que queria o sorvete. Comecei a descer a rua em busca de algum estabelecimento aberto. De longe eu vi o nome da distribuidora, alguns salgadinhos e um freezer. Tinham algumas pessoas assistindo jogo e decidir encostar para comprar o que ela queria, pois era o único lugar aberto naquela rua”, relatou.

Após encostar a bicicleta e descer, I.V.P.P. pegou um salgadinho e refrigerante e sentou para comer próximo de uma lona para se proteger do sol. De acordo com a mulher, fazia poucos minutos que a filha tinha começado a se alimentar, quando a dupla teria vindo da Rua Pacu já atirando. Em seguida, pararam em frente a distribuidora e efetuaram os tiros contra as pessoas que estavam no local.

“Eles vieram por trás e já vinham atirando. Eu ouvir os tiros, mas pensei que fossem bombinhas. Depois que eles pararam na frente da distribuidora e começaram a atirar e as pessoas falaram que era tiro, eu tentei proteger a minha filha”, relembrou.

A mulher se escondeu junto com a filha em um banheiro, mas mesmo assim a criança foi baleada. Além dela, outros dois homens também foram alvejados. Sendo um no tornozelo e o outro na perna e braço.

“Eu queria que esses tiros fossem em mim. Sai de casa na intenção de fazer os gostos dela”, disse a mãe da menina.

ESTADO DE SAÚDE

A menina foi atingida com cinco tiros, sendo um na perna, um no tórax e três nas costas. A bala que atingiu o tórax, perfurou o pulmão e está ocasionando uma hemorragia interna, o que está tardando a cirurgia. O estado de saúde dela é estável, mas grave.

“O que mais me dói é vê ela no hospital daquele jeito. Mas a minha filha vai sair dessa logo, ela é muito forte”, disse.

I.V.P.P. foi socorrida até o Hospital Geral (HGR) por pessoas que estavam na distribuidora. Após receber os primeiros socorros na unidade, a menina foi encaminhada ao Hospital da Criança, onde segue internada.

JUSTIÇA

Após quatro dias do tiroteio, nenhum suspeito ou a motivação do crime foi esclarecida e a família pede Justiça.

“Tem que ter Justiça. Minha filha pegou cinco tiros. Ela é inocente e queremos que os envolvidos sejam presos o quanto antes. Precisamos de uma resposta do porquê fizeram isso com ela”, apelou a mãe.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil que se manifestou por meio da seguinte nota:

A Polícia Civil de Roraima informa que as investigações estão em curso pela equipe da Delegacia Geral de Homicídios, visando esclarecer a autoria e as circunstâncias da tentativa de homicídio ocorrida em uma distribuidora de bebidas, no Bairro Santa Teresa, por volta das 17 horas de domingo, dia 02.

Dois homens chegaram ao local em uma motocicleta e dispararam vários tiros, atingindo dois venezuelanos e uma criança de cinco anos. Os dois homens foram levados ao Hospital Geral de Roraima e a criança ao Hospital Infantil Santo Antônio.

Diligências estão sendo realizadas pela equipe da DGH e o caso está em sigilo, obedecendo aos parâmetros da legislação processual penal em vigor.