Desde o dia 4 deste mês, os familiares de Daniel da Silva dos Santos, 28 anos, procuram o mototaxista que saiu de casa para trabalhar e não retornou. As buscas podem ter sido encerradas nessa terça-feira, 13, após uma ossada, que possivelmente seja de Daniel, ter sido encontrada na rua P, próximo a uma área de buritizal, no bairro Cidade Satélite.
Quem encontrou os restos mortais foram populares. Num lado estava o esqueleto do corpo e a cabeça estava a cinco metros de distância. Jovens gravaram um vídeo e mostraram o achado da ossada. A Polícia Militar (PM) enviou uma guarnição ao local do fato e o lugar foi isolado até a chegada da perícia criminal e dos agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH).
Os peritos constataram que a vítima foi degolada, por isso o crânio estava tão distante do esqueleto. A ossada estava vestida com uma calça jeans, sunga azul, camisa amarela, um tênis tipo Conga, colorido, e ao lado dos ossos havia uma carteira contendo os documentos de Daniel. Uma amiga fez o reconhecimento ainda no local, afirmando que seria o mototaxista. Apesar disso, a ossada foi levada para a sede do Instituto de Medicina Legal (IML) para ser submetida ao exame cadavérico, a fim de que a identidade seja confirmada, conforme a legislação.
“Estava com nove dias que ele desapareceu. Onde tinha notícia de qualquer coisa, por mínima que fosse, iríamos atrás, procurávamos, estávamos indo à mídia, acompanhávamos a esposa dele todos os dias no Núcleo de Desaparecidos e a gente não queria encontrá-lo dessa forma. Tínhamos esperança de encontrá-lo vivo, mas tivemos essa notícia triste. Eu acredito que seja o corpo dele sim”, declarou a amiga.
A colega de trabalho relatou ainda que, segundo a esposa, no dia do desaparecimento, a vítima foi fazer uma corrida no bairro Santa Tereza e lá entrou em contato com ela, depois não foi mais visto e nem falou com mais ninguém.
Na tarde de ontem, a reportagem da Folha foi até a sede do IML e conversou com um dos odontolegistas responsáveis pelos exames. Ele confirmou que a equipe iniciou os procedimentos e pretendem concluir a identificação, por meio da arcada dentária, até esta quarta-feira, 14.
Um grande número de mototaxistas que atuam na Capital estiveram em frente à sede do Instituto como forma de cobrar mais segurança para a categoria, mesmo não estando regulamentada em lei municipal, tendo em vista a morte de Daniel. De acordo com o presidente da Cooper mototáxi, Luiz Ronald, a expectativa é que o caso seja elucidado e não fique impune.
“Que a Polícia possa resolver, porque o corpo a gente achou. Não sabemos onde está a moto dele porque é uma das que não tinha rastreador, e nem o celular. A última pessoa que ele transportou a gente já sabe quem é, conversamos com os familiares e agora vamos deixar para a Polícia fazer o serviço. Espero que tenha êxito e o mais breve possível coloque atrás das grades o criminoso que ceifou a vida desse pai de família. Essa mobilização é para mostrar união, mostrar que estamos trabalhando, queremos nossa regulamentação para ter segurança jurídica e trabalhar de maneira legal. Viemos reclamar a morte de um parceiro que foi morto e decapitado de forma brutal, trabalhando”, finalizou Ronald. (J.B)