Morte de casal esfaqueado completa um ano sem respostas

Há um ano, a familia do casal Antônia Simião dos Santos, de 60 anos, e Francisco das Chagas da Silva, de 50 anos, começou uma jornada dolorosa em busca de justiça. As vítimas foram mortas a facadas na Vicinal União, município de Mucajaí. No primeiro aniversário do crime, nesta sexta-feira (15), eles se veem sem respostas sobre o andamento da investigação.

À época, dois homens de nacionalidade venezuelana foram apontados como os principais suspeitos. Testemunhas viram o momento em que eles conversavam com o casal pelo menos uma hora antes dos corpos serem encontrados. Um dos indivíduos era magro, alto e outro baixo e gordo e usavam bicicletas, uma azul e outra branca, como meio de transporte. Acredita-se que pediram emprego às vítimas.

Sob a condição de anonimato, uma mulher que faz parte da família do casal, conversou com a reportagem da FolhaBV e disse que até o momento a investigação está parada e pessoas da própria delegacia recomendam que ela procure o Ministério Público, mas mesmo assim, continuou sem repostas.

“A gente fica se perguntando como que duas pessoas que foram vistas antes do assassinato sumiram, sequer aparecem no processo como suspeitos e não foram procuradas. A Polícia ainda investigou, os agentes ainda investigaram alguma coisa. Só que depois de julho do ano passado, nada foi feito. O Ministério Público pediu vistas do processo, mas desde dezembro passado, nada foi feito”, disse.

Ainda segundo ela, o fato dos principais suspeitos serem venezuelanos, foi uma das dificuldades apresentadas à família, devido ao processo de solicitação para que o país vizinho colabore com as captura deles, caso tenham retornado para lá. Porém, questionou uma certa agilidade no caso da Miss Manicoré, Kimberly Mota, onde foi feito o pedido para evitar que Rafael Fernandez consiga escapar da América do Sul rumo a Europa.

“Nos perguntamos: dois pesos e duas medidas? Porque eu ouvi que é muito difícil pedir pra procurar assassinos dentro da Venezuela e fica essa pergunta, por que o processo parou? Por que nada foi feito? Por que a gente não tem nenhuma resposta? Eu só quero uma resposta da justiça, por que eu já fui atrás dela várias vezes”, cobrou.

OUTRO LADO – Em resposta à FolhaBV, a Polícia Civil de Roraima (PCRR) por meio da Delegacia de Mucajaí informa que em relação aos homicídios de A. S. dos S., e de F. das C. da S., ocorridos em maio de 2019, na área rural do município de Mucajaí, foi tombado devido Inquérito Policial que corre sob sigilo, a fim garantir o andamento das investigações, sendo que o Caderno Apuratório é devidamente acompanhado pelo Ministério Público e Poder Judiciário e, por isso, informações acerca do caso serão repassadas somente ao término das atividades policiais.