O Ministério Público de Roraima (MPRR) abriu um procedimento preparatório para apurar supostos maus-tratos animais por meio da rinha de galos na Fazenda Caçada Real. A propriedade do ex-senador Telmário Mota fica na zona rural de Boa Vista.
O procedimento preparatório é instaurado para apurar e identificar uma denúncia, antes da abertura de inquérito civil ou propositura da ação judicial cabível. Em janeiro, a Polícia Militar (PM) achou, na fazenda, 204 galos e um ringue, o qual poderia caracterizar uma rinha de galo.
A corporação foi à propriedade após receber denúncias de maus-tratos contra os animais. Ao chegar lá, constatou a existência de galos com ferimentos nas coxas, nos peitos e nas asas, que o local estava sem ventilação e que havia buchas de treinamento para galos e protetores de bicos, além de remédios e seringas aplicados sem conhecimento técnico nos animais.
Em 2005, quando ainda não era parlamentar, o ex-senador passou a responder pela participação de uma rinha de galo. Mas ele acabou absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Preso
Telmário Mota está preso desde outubro passado após ser apontado como mandante da morte da mãe de sua filha que lhe acusou de estupro às vésperas das eleições de 2022. Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, foi morta três dias antes de depor nessa mesma investigação.
Neste ano, o político foi condenado a oito anos e dois meses de prisão em regime fechado por importunação sexual – neste caso, portanto, a Justiça não considerou que o crime se tratou de estupro. Ele também foi punido por oferecer bebida alcoólica para adolescente.
O ex-senador ainda responde judicialmente por homicídio. Ele sempre negou envolvimento com os crimes. Telmário Mota chegou a ser internado em um hospital particular para tratar uma série de complicações de saúde. Por conta disso, a defesa dele tenta colocá-lo em prisão domiciliar.