A última sexta-feira, 22, foi de muito transtorno e tristeza para a mãe de uma aluna de quatro anos que estuda na Escola Municipal Nilton Tavares, no bairro Calungá. A família mora no bairro São Vicente e, ao retornar para casa, depois de buscar a filha na unidade de ensino, a mulher foi dar banho na menina e quando tocou nas partes íntimas dela, ouviu um grito seguido de choro.
Conforme a mãe relatou à polícia, a filha gritava de dor e depois de se acalmar confidenciou que quando estava no banheiro da escola fazendo xixi, “sua coleguinha”, que estuda na mesma sala e tem a mesma idade, pôs a mão em sua vagina e começou a esfregar com muita força e ao pedir para que a colega parasse, a vítima disse que ela continuou esfregando com mais intensidade ainda. A menina chegou a empurrar a “coleguinha” que a violentava.
A mãe também relatou no boletim de ocorrência que observou o órgão genital da filha e notou que ele apresentava vermelhidão e inchaço. Muito preocupada, ela levou a menina para o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).
Depois de ser examinada pela equipe médica, foi feito um exame e, em seguida, a vítima conversou com um psicólogo. Por fim, foi levada ao Instituto de Medicina Legal (IML) para realizar um segundo exame. O psicólogo do Hospital Infantil encaminhou o caso para o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), que lida com crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.
Uma equipe do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), da Polícia Civil, também foi acionada para atender a ocorrência e conversou com a mãe e com a filha ainda na unidade hospital. A partir de agora, o caso vai ser investigado.
A Folha conseguiu conversar com a mãe da criança, depois de procurá-la, e ela disse que está adotando todas as medidas legais. Perguntada se já procurou a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), ela respondeu que sim e que obteve a resposta de que as imagens das câmeras de segurança serão analisadas. Em relação à escola, a mulher informou que foi orientada a ficar calada e não se manifestar sobre os fatos para que a boa imagem do estabelecimento de ensino não seja afetada pela repercussão negativa do caso.
Por fim, a mulher disse que sua filha está “diferente”, que tem dificuldades para urinar e medo de tomar banho porque ainda sente dores.
PREFEITURA – A reportagem da Folha entrou em contato com a administração do município para saber que medidas serão adotadas quanto à denúncia feita à polícia e se a Secretaria Municipal de Educação e Cultura tomou conhecimento dos fatos. Além disso, também questionamos sobre a quantidade de cuidadores de alunos que estão lotados naquela unidade de ensino. Até o começo da noite de ontem, 25, não obtivemos qualquer resposta. (J.B)