Após a Polícia Militar receber informações de que um foragido da justiça estaria em uma residência, os policiais foram até o local, no último final de semana, para averiguar e fazer a prisão do criminoso.
Entretanto, a proprietária da residência registrou um Boletim de Ocorrência relatando que o criminoso não estava no local e que os policiais invadiram a casa quebrando portas e destruindo vários objetos da família.
“Os policiais reviraram a minha casa e foram embora, mas em nenhum momento mostraram o documento de autorização para entrar em minha residência. Além disso, os dois que adentraram a minha casa estavam sem farda, apenas os que não entraram estavam fardados. No apartamento que tem no meu terreno, eles não buscaram o criminoso”, diz trecho do B.O que a FolhaBV teve acesso.
A moradora relatou que o filho de 13 anos estava na parte externa da residência quando percebeu a entrada de duas pessoas no local portando arma de fogo.
“Quando meu filho avistou os dois policiais, que não se identificaram, ele correu imediatamente para dentro de casa e informou o que aconteceu. Imediatamente, fechei as portas, mas logo avistei os dois na janela da cozinha me pedindo para que eu abrisse a porta se não iam atirar”, relata a moradora.
A denunciante informou que logo após isso, ela se trancou no quarto com os três filhos menores de idade, e em seguida, os policiais quebraram a porta de sua residência e entraram na casa.
“Assim que eles entraram, ficamos dentro do banheiro, eles a arrombaram e se identificaram como policiais pedindo que nós ficássemos calmos, pois eles apenas estavam em busca de um bandido”, contou.
A mulher pede que alguém seja responsabilizado pelos danos na residência.
“Eu quero que alguém se responsabilize pelo ocorrido, pois eles destruíram as portas e os objetos da minha residência”, disse em relato.
Logo após a moradora do imóvel realizar um boletim de ocorrência, foi expedida guia de exame pericial ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil.
OUTRO LADO – A reportagem da FolhaBV entrou em contato com a Polícia Militar que se pronunciou por meio de nota, confira na íntegra:
A Polícia Militar considera que os policiais agiram no intuito de tentar resguardar a segurança e a vida da denunciante, pois acreditaram que a mesma estivesse correndo risco de morte naquele momento, em poder de bandidos procurados.
Esclarece que, no dia da denúncia em questão, foram realizadas diversas diligências em conjunto com outras instituições de segurança pública, no sentido de localizar os infratores que faziam parte de uma quadrilha especializada em furto de residências.
Na chegada a um dos locais apontados como possível esconderijo de um dos infratores, os policiais que se encontravam fardados informaram que eram policiais e que precisavam vistoriar a casa, quando a denunciante gritou e correu para o quarto, juntamente com outra pessoa do sexo masculino, suspeito de ser o infrator.
A denunciante se trancou no quarto, gritou por socorro, momento em que os policiais julgaram conveniente adentrar na casa, considerando que a mesma estivesse sob custódia do possível infrator. Após a entrada na residência, foi constatado que a pessoa que havia corrido para o quarto com a denunciante tratava-se de um dos seus filhos.
Após a ação, um dos vizinhos relatou à polícia que o infrator procurado, de fato, teria residido em outra época naquela casa. As equipes policiais, posteriormente, lograram êxito na prisão dos infratores, em outros locais diligenciados.
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial na manhã do último dia 14. Foi realizada perícia no local pelas equipes do Instituto de Identificação Odílio Cruz e do Instituto de Criminalística. A equipe do 1º DP investigará o caso.
A Polícia Militar de Roraima reitera a recomendação de que, no caso de o cidadão sentir-se prejudicado na ação policial, que faça o registro de BO (Boletim de Ocorrência) na PC (Polícia Civil) e na Corregedoria da Polícia Militar, para apuração dos fatos, a fim de que as medidas administrativas sejam tomadas em caso de comprovação do excesso.