Alzenir Vitor da Silva, de 44 anos, morreu no Hospital Geral de Roraima (HGR) após ter se submetido a procedimento de lipoaspiração em uma casa onde funcionaria uma suposta clínica de estética no bairro Caimbé, na zona Oeste de Boa Vista. A Delegacia Geral de Homicídios (DGH) investiga o caso. Até o momento, não houve prisões de suspeitos de ter causado a morte da mulher.
Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima chegou ao HGR desacordada e sem roupas, com marcações pelo corpo que indicavam a realização do procedimento cirúrgico. Soldados da PM plantonistas no hospital disseram ter visto um homem pardo e gordo, com altura aproximada de 1,75m, deixar a mulher no pronto atendimento. Eles desembarcaram de um veículo Fiat Siena branco antigo.
Lá, o homem solicitou uma cadeira de rodas para Alzenir e demonstrava bastante nervosismo. Ainda conforme a PM, ele informou os dados da paciente à recepção do hospital e relatou que ela havia acabado de chegar da Venezuela.
Nesse momento, um policial ouviu ele explicar que realizava uma massagem na vítima, a qual passou mal e pediu um copo d’água. O soldado percebeu, pela fala, que o homem poderia ser um venezuelano.
Policiais do HGR, ao irem à médica do hospital para buscar informação sobre a paciente, viram que o homem que a havia conduzido fez sinal para um outro veículo perto do hospital, no qual havia duas mulheres, se deslocar. O rapaz entrou no Siena Branco e tomou sentido contrário. A PM tentou alcançar o veículo, que tinha uma das lanternas traseiras quebradas, mas sem sucesso.
Vítima teria feito cirurgia sem avisar a família
Depois, uma massagista chegou ao HGR, acompanhada do filho de 16 anos, perguntando sobre o estado de saúde de Alzenir. Ela relatou que a vítima, que é sua cliente e amiga, lhe contou que iria realizar uma lipoaspiração sem comunicar a família. Com isso, pediu que ela dormisse em sua casa para receber ajuda com período pós-operatório na noite da cirurgia.
Alzenir chegou a enviar o endereço da clínica para a amiga, que com o namorado, foi ao local e percebeu que se tratava de uma casa simples e não se parecia com um estabelecimento de estética. Ela entrou na residência, soube que a amiga estava em procedimento cirúrgico numa sala anexa à casa e que um venezuelano, na companhia de duas assistentes, trabalhava na cirurgia.
A amiga de Alzenir saiu para a frente da casa para falar com o namorado, momento em que três pessoas envolvidas no procedimento saíram junto com a vítima, afirmando que ela estava desmaiada e que iriam levá-la ao hospital. Eles colocaram a mulher em um carro branco.
O que fez a PM?
Após o relato, a PM foi ao local e foi recebida por um jovem casal que mora na residência. A jovem contou que a sogra é esteticista, que realiza trabalhos da área em sala anexa à casa, e que eventualmente aluga o espaço e equipamentos para outras pessoas, inclusive para venezuelanos realizarem procedimentos.
Ela não soube confirmar se as pessoas envolvidas na cirurgia eram médicos. A sogra dela lhe informou, por telefone, que se apresentaria na delegacia junto com seu advogado.
Dentro da casa, policiais encontraram equipamentos estéticos, materiais cirúrgicos, além de exames no nome de Alzenir e sua roupa. O local aparentava ter sido limpo recentemente. A PM não achou aparelho de armazenamento de câmeras de segurança para verificar imagens.