Polícia

Namorado fez sexo com vítima antes de entregá-la para facção

Durante seu depoimento, o jovem B.V.C., de 18 anos, relatou à Polícia Civil de Roraima (PCRR) que manteve relações sexuais com a estudante de 17 na terça-feira (3), pouco tempo antes de entregá-la ao “tribunal do crime”, onde foi estrangulada com o golpe ‘mata-leão’. Ele desconfiava que a vítima quisesse colocá-lo em uma emboscada.

A ideia de matá-la surgiu após a menina comentar com o suspeito que já havia tido um relacionamento e um bebê com membro de facção rival, mas que não possuíam mais nenhum envolvimento. A conversa aconteceu após o suspeito postar uma foto em homenagens a membros mortos da organização criminosa a qual ele pertence.

O suspeito contou sobre o diálogo para comparsas, incluindo M. A. R. S., de 20 anos. Ele foi alertado de que ela na verdade estaria tentando armar uma “casinha”, para que fosse morto. A vítima também era amiga da irmã de B.V.C., uma adolescente de 16 anos que ajudou a atrair a estudante.

O CRIME – B.V. C. combinou de buscar a vítima na escola e depois foram juntos para casa de M. A. R. S. Segundo a PCRR, após o almoço a amiga fez a sobrancelha da vítima, que depois foi para o quarto com o suspeito e lá permaneceram trancados por uns 40 minutos. Foi neste momento que o comparsa saiu da casa para buscar os dois indivíduos apontados como os assassinos da adolescente. Eles já foram identificados.

Devido a rapidez dos assassinos, a vítima sequer teve chance de gritar por socorro. Quando viram que ela estava morta, os três a amarraram com um pano nas pernas e braços e esconderam o corpo debaixo de uma cama, até conseguir tirá-la dali.

A adolescente pediu emprestado um veículo Pampa de uma tia, e alegou que o irmão faria uma cobrança, mas depois o devolveriam. O grupo passou em um posto de combustível, abasteceu o veículo e comprou gasolina com a intenção de queimar o corpo, que foi levado pelos criminosos para o Anel Viário, nas proximidades do igarapé Urubuzinho.

DESCOBERTA – A irmã de B.V.C. foi quem levou os policiais ao local do crime após ficar nervosa, chorar e dizer estar arrependida durante depoimento. Ela havia alinhado um discurso junto com o suspeito, dizendo que esteve com ela, almoçaram, mas não teve mais contato após ela sair em uma corrida de aplicativo.

B.V.C. e M.A.R.S. foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia neste sábado (7). O pedido da defesa de prisão domiciliar foi negado e a remoção ao sistema prisional foi feita para garantir “a ordem pública e conveniência da instrução policial”, diz trecho da decisão. Já a adolescente foi apreendida em flagrante e passou pela justiça especializada.

LIBERAÇÃO – Mesmo com a confissão dos envolvidos, o corpo só foi identificado oficialmente após exames odontolegais feitos pelo Instituto Médico Legal (IML). A família fez a liberação para sepultamento neste domingo (8).