Polícia

Obras do anexo do HGR devem recomeçar em abril

ANA GABRIELA GOMES

Editoria de Cidade

O número de pessoas contaminadas pela pandemia do novo coronavírus já ultrapassou a casa 1.960 infectados em todos os estados do Brasil. Último balanço oficial do Ministério da Saúde aponta 34 mortos no país. 

Em Roraima, antes mesmo dos dois casos confirmados neste sábado, 21, os mais de 31 suspeitos já haviam provocado mudanças em toda a capital. Na última sexta-feira, por exemplo, o Pronto Atendimento Airton Rocha (Paar) foi flagrado vazio.

Sem uma grande estrutura para atender os possíveis casos, uma das dúvidas da população é em relação ao anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR), que está em construção desde 2011. 

Segundo apurou a Folha, a continuação das obras teve nova data prevista pela Secretaria de Saúde (Sesau) e deve ser concluída  na primeira semana de abril. 

Mesmo após ser entregue, pelo menos inicialmente, os pacientes serão atendidos somente no primeiro piso, podendo ser viabilizadas a internação de cerca de mais 100 pacientes. A nova estimativa é que a estrutura esteja pronta em 90 dias.

Ainda no primeiro trimestre de 2019, o governador Antônio Denarium denunciou que um possível desvio de verba teria ocorrido durante a construção do bloco. Porém, na época, os valores ainda estavam sendo levantados. Na última semana, passado um ano, a reportagem da Folha questionou se os valores já teriam sido calculados, mas não obteve resposta.

Conforme nota enviada à Folha, após avaliação da condição jurídica de contratação da obra,  foi iniciado o planejamento necessário para garantir a efetiva conclusão, incluindo a parte elétrica, hidráulica, elevadores, rampas de acesso, sistemas de refrigeração e sistemas de oxigênio, bem como o suporte de geradores de energia necessários para o funcionamento da unidade.

Até lá, pessoas como a autônoma Conceição Pinheiro, de 56 anos, continuam dependendo das instalações e leitos do HGR. “Com esse vírus agora, eu nem me atrevo a entrar lá. Tenho medo de entrar boa e não sair, como eu já vi acontecer com pessoas conhecidas pela minha família. A gente só pede a Deus para que um milagre aconteça”, relatou.

HOSPITAL DAS CLÍNICAS – Em relação ao Hospital das Clínicas Doutor Wilson Franco, a Sesau informou, em nota, se tratar de uma unidade estratégica de retaguarda para internações clínicas, visando complementar os atendimentos realizados no HGR. A unidade receberá Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Semi-intensivas e um reforço no suporte de ventilação. A expectativa é executar a reorganização, a partir desta semana.

“Governo Federal deve equipar anexo e profissionais”, avalia médica

 

Para a médica, Eugênia Glaucy, é hora de exigir do Governo Federal que equipe o anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR), bem como os profissionais da saúde, que estão atuando sem equipamento de proteção individual (EPI), conforme relato. “Já que não existe um plano de enfrentamento em virtude da conjuntura, até porque o governador sabe da realidade econômica de Roraima, alguém precisa exigir do Governo Federal que equipe o anexo que tem condições de receber atendimento lá”, disse. Sobre a situação dos profissionais, a médica sugeriu que a própria população (que não faz parte dos grupos de risco) monte kits para doação aos servidores. “Nesse momento não se fala em política ou partido, apenas em proteger a vida de cada um. É melhor ver o que tem pra se trabalhar, como o anexo, e deixá-lo preparado para receber uma epidemia. Ate o próprio Exército poderia estar envolvido nessa aquisição de equipamentos”, finalizou.