Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), com apoio dos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Núcleo de Inteligência (NI) prenderam nesta sexta-feira (18), H.S.O. Ele é a oitava pessoa acusada de participar da execução de Pablo Gabriel Ferreira Lima, no ano de 2018.
O acusado teve a prisão preventiva decretada há aproximadamente dois meses, após ser representada pelo delegado Jorge Wilton Nepomuceno, que preside as Investigações.
H.S.O. foi alvo da primeira fase da Operação Azazel, deflagrada em junho deste ano, para esclarecer os crimes de homicídios praticados por integrantes de facções nos anos de 2017, 2018 e 2019, em que as vítimas foram submetidas a julgamento por um “tribunal do crime”.
De acordo com informações prestadas pelo delegado Jorge Wilton Nepomuceno, o acusado é apontado como sendo a pessoa que deu a ordem para executar Pablo Gabriel Ferreira Lima, em um tribunal do crime ocorrido em novembro de 2018, no bairro Santa Teresa.
A prisão temporária e preventiva foram expedidas pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, época em que outros cinco envolvidos no crime foram presos. Entretanto H.S.O. fugiu.
As investigações tiveram continuidade e há 45 dias mais duas pessoas envolvidas na morte de Pablo Gabriel foram presas. Trata-se de J.S.V. e Í.J.P.S. A mulher é apontada como sendo “disciplina” da ala feminina da facção criminosa no bairro Santa Teresa. O “cargo” de disciplina dentro da organização criminosa é incumbido à pessoa responsável por ordenar e executar os desafetos na área em que atuam.
H.S.O. foi preso nesta manhã após uma operação das equipes da Polícia Civil, escondido na região do Truaru, zona rural de Boa Vista, em um sítio às margens do Rio Uraricoera.
Durante o depoimento ao delegado Jorge Wilton Nepomuceno, o acusado confessou ter participado do crime.
Conforme o delegado, H.S.O. é considerado o “disciplina” da facção, na área do bairro Santa Teresa. “Com essas últimas prisões, a Polícia Civil esclarece mais esse bárbaro crime, dando respostas à sociedade e à Justiça”, disse o delegado.
Após os procedimentos de praxe, e realizado o exame de integridade física no Instituto Médico Legal (IML), o preso foi encaminhado à Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), onde ficará à disposição da Justiça.
OPERAÇÃO AZAZEL
As investigações para esclarecer a morte desse jovem necessitaram de muitas diligências das equipes da DGH. Por se tratar de um crime complexo, envolvendo várias pessoas ligadas a uma célula de execução de uma facção criminosa, com atuação no Bairro Santa Teresa, os policiais tiveram muito trabalho, que requereram horas de monitoramento, de investigações, de persistência e de paciência.
Com robustas provas colhidas durante as investigações, o delegado Jorge Wilton representou pela prisão dos infratores, sendo deferida pela Justiça.
Segundo o delegado da DHG, os criminosos sequestraram, torturaram e mataram a vítima. O jovem foi conduzido à casa de um dos presos, julgado e morto nas proximidades. O motivo da execução do jovem, segundo o delegado, foi porque quando tinha 13 anos de idade tirou uma fotografia com um adolescente da mesma idade, que foi publicada numa rede social. O amigo da vítima, segundo as investigações se envolveu com uma uma facção rival e os executores do jovem acreditavam que ele também era envolvido.
“Na primeira ação que fizemos a equipe da DGH prendeu cinco pessoas. Depois prendemos mais dois envolvidos neste crime e, por último esse infrator que estava foragido. As investigações apontam que a vítima estudava, trabalhava e não tinha envolvimento algum com facção. Ele foi morto somente porque tirou uma fotografia com um colega, quando era praticamente uma criança, cujo colega teria se envolvido com uma facção depois”, disse o delegado.
O nome Azazel é citado na Bíblia, no Livro de Levítico 16 e faz menção a um bode que era entregue para morrer com culpa, simbolizando os que se perdem com as forças do mal.
