Polícia

Onze pessoas são presas em flagrante durante operação

Acordo entre órgãos deve durar cinco anos e a cada 12 meses avaliações de resultado, dentro de cada plano de trabalho, serão feitas

Na manhã de sexta-feira, 5, representantes de instituições que compõem a Segurança Pública de Roraima reuniram-se na sede da Superintendência da Polícia Federal para divulgar os resultados da Operação Remate, deflagrada na tarde de quinta-feira em Boa Vista. 

O superintendente da Polícia Federal no Estado, Richard Murad, presidiu a coletiva e explicou que a criminalidade que hoje aflige a população de Roraima será objeto das ações integradas e que em breve pretendem ter mais resultados para apresentar. 

“A operação vem para mostrar, com ações concretas, como atuaremos de forma integrada no Estado. Temos um só objetivo: reduzir de forma drástica os índices de criminalidade não só em Boa Vista, mas no Estado. Esse é o nosso desafio”, destacou Murad. 

Além disso, o superintendente ressaltou que os órgãos anunciaram que num prazo de até 60 dias vão realizar novas operações e firmar um acordo de cooperação técnica. A previsão de duração do acordo será de 60 meses e a cada 12 meses avaliações de resultado, dentro de cada plano de trabalho, serão feitas.

“Nessa força-tarefa, não há protagonistas. Todas as instituições estão trabalhando em prol do bem comum. Do início dos trabalhos efetivos até o fim do ano, pretendemos desencadear uma série de ações concretas, em que teremos significativos ganhos nos indicadores de criminalidade”, concluiu Richard Murad.

O secretário de Segurança Pública de Roraima, delegado Márcio Amorim, também enalteceu o trabalho de integração. “Cada polícia atuando da forma que sabe trabalhar, porém de maneira integrada. É uma integração real, que vai dar resultado. Polícia unida torna-se uma polícia forte. O mal não prosperará no Estado. Crimes violentos, nacionais, transfronteiriços serão combatidos. 127 fuzis chegaram ao Rio de Janeiro pela fronteira do Brasil com a Venezuela, portanto passaram por Roraima. Controlando a fronteira, fazemos com que Rio de Janeiro e São Paulo deixem de ser alimentados com armas”, enfatizou.

Para o delegado-geral em exercício, João Evangelista, a parceria é o início de uma nova vertente de trabalho. “Não só na investigação, mas no desenrolar das operações com as apreensões, com as prisões e só quem tem a ganhar com isso é a população local. Nesse momento, fizemos o combate ao crime de tráfico de drogas, mas há possibilidade das ações serem estendidas a outros crimes violentos, como roubo, homicídio, então, é de fato uma integração em outro nível”, frisou.

Quem representou a Polícia Militar foi o capitão Vilson Araújo, afirmando que os órgãos saíram da teoria e usaram o instrumento de integração na prática. “A Polícia Militar e as demais instituições da Segurança Pública foram atuar nessa esfera de combate ao tráfico de entorpecentes na capital. Quero dizer que a Polícia Militar cumpre seu papel institucional de policiamento ostensivo-preventivo, fardado, nos quatro cantos do Estado e estamos à disposição para somar”, acrescentou. 

De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Saul Macedo, cada um já desempenha o seu papel no Estado no combate à criminalidade, porém tiveram uma oportunidade de unir esforços para combater as organizações criminosas que vêm atuando no Estado. “A soma dos esforços será de fundamental importância para trazer de volta a sensação de segurança para a sociedade em geral. Esse grupo que vai ser criado, será bastante oportuno pelo momento que o Estado vive. Iniciamos por aqui, pela realidade que nós temos”, complementou.

André Fernandes Ferreiro, secretário de Justiça e Cidadania, agradeceu a participação da Sejuc na operação. “Trabalhamos com nossa Divisão de Inteligência, fornecendo algumas informações. O Sistema Penitenciário é uma fonte grande de informação, então, do que as forças policiais precisarem, nós estamos à disposição”, complementou.

BALANÇO – O delegado da Polícia Federal Alan Robson forneceu os dados da operação e reforçou que há seis meses as investigações foram iniciadas, possibilitando a deflagração da Operação Remate. Até o fim da quinta-feira, 11 pessoas foram presas em flagrante.

 “A operação terminou por volta da meia-noite, por isso a coletiva só na sexta-feira. Os policiais estavam fazendo os flagrantes, trabalhando nos depoimentos, trazendo a prova coletada na rua para consubstanciar inquéritos policiais. Entregaremos à Justiça o resultado da Operação Remate”, justificou.

Com os 11 presos, entre eles uma mulher e um colombiano, foram apreendidos armas, drogas, dinheiro e celulares. Antes das abordagens, a Polícia Civil e a Polícia Federal já haviam mapeado os pontos de venda de entorpecentes, locais que também serviam como “base de apoio” para os traficantes. 

“Estamos aprendendo a trabalhar conjuntamente porque outras operações virão. O trabalho da Operação Remate foi só o primeiro passo que será continuado por todos os órgãos”, concluiu Alan Robson.