Operação da PF mira vereador de Boa Vista por suposta compra de votos

Investigação iniciou após a prisão em flagrante de dez pessoas em 5 de outubro pelo crime de corrupção eleitoral

Operação da PF mira vereador de Boa Vista por suposta compra de votos

A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta quarta-feira (18), 18 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária contra investigados por associação criminosa para a compra de votos e outros crimes eleitorais nas eleições de 2024.

A Operação Martellus, autorizada pela 1ª Zona Eleitoral de Boa Vista, é cumprida em endereços como a casa do presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), que em ocasiões anteriores, negou todas as acusações. Nessa terça-feira (17), ele foi diplomado para o terceiro mandato.

A investigação iniciou após a prisão em flagrante de dez pessoas em 5 de outubro pelo crime de corrupção eleitoral. Na ocasião, um suspeito, apontado na investigação como líder de campanha, teria cooptado eleitores para votar em determinado candidato que disputava a reeleição ao cargo de vereador de Boa Vista. Em contrapartida ao voto, essas pessoas teriam recebido valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150.

No dia 6, uma busca e apreensão conduzida pela PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando com a prisão em flagrante do candidato pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por ter ouro em sua forma bruta em sua residência, o que é crime. Após a prisão, o candidato foi liberado em decorrência decisão proferida em sede de habeas corpus.

O esquema, que seria liderado pelo candidato, contaria com apoio de agentes públicos, incluindo um oficial da Polícia Militar de Roraima, que manteria o vereador informado sobre denúncias recebidas sobre a compra de votos investigada. Esse oficial é o subcomandante-geral da PM, coronel Francisco Lisboa, que foi preso na operação de hoje – a Folha aguarda posicionamento da corporação sobre o assunto.

O parlamentar possuía um grupo em aplicativo de mensagens onde os envolvidos fariam prestação de contas sobre o esquema.  Ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos.

O inquérito policial aponta que o vereador, que já foi investigado em outros momentos por diversos crimes, teria recebido patrocínio do tráfico para o exercício de suas atividades parlamentares, inclusive, para a disputa à presidência da Câmara.

Os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.