Com o objetivo de desarticular uma facção criminosa de origem venezuelana envolvida em um confronto com uma facção brasileira na Vila Samaúma, no município de Mucajaí divisa com Alto Alegre, foi deflagrada a Operação Kapok, nessa quarta-feira, 13. Na ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.
A operação foi realizada pela Delegacia de Mucajaí em conjunto com Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas Organizadas (Drago).
A ação mobilizou 56 policiais civis de diversas delegacias da Capital e Interior, do NI ( Núcleo de Inteligência), além do GRT (Grupo de Resposta Tática).
Segundo o delegado titular do Draco, Wesley Costa de Oliveira, a investigação foi iniciada após diversos relatos de tiroteios envolvendo grupos rivais na Vila Samaúma, o que causou pânico na população local.
“A partir dessas informações, foi instaurado um inquérito policial, que resultou na expedição de sete mandados de busca e apreensão, cumpridos nesta manhã. Importante destacar a excelente atuação do Ministério Público, na pessoa do promotor Valcio Luiz Ferri e do Poder Judiciário que atenderam com presteza a representação efetuada pela Polícia Civil”, disse o delegado.
Durante a operação, foram apreendidas drogas, armas e uma grande quantidade de dólares americanos, suspeitos de serem oriundos de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e venda de armas.
“Acreditamos que esses recursos em dólar tinham como destino a Venezuela, com o objetivo de financiar mais armas e drogas”, explicou o delegado Wesley de Oliveira.
DESDOBRAMENTOS DA OPERAÇÃO
Foram montadas sete equipes de policiais coordenadas por delegados que realizaram as buscas nos locais determinados pela justiça. Em três deles não foram encontrados ilícitos.
Em um local, que funciona um bar, a equipe, sob a orientação do delegado Jean Daniel, deteve um venezuelano que tem medida cautelar e não poderia estar fora do município de Pacaraima. O homem foi apresentado à DICAP (Divisão de Inteligência e Captura) da SEJUC (Secretaria da Justiça e Cidadania).
Neste mesmo local, um homem ao perceber a chegada dos policiais conseguiu fugir se embrenhando numa mata e abandonou uma pistola Glock 22 .40 sem numeração e munições. O material foi apreendido e encaminhado ao ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) para perícia.
Uma outra equipe, coordenada pelo delegado Hugo Cardias, prendeu um casal de venezuelanos, declarados de uma fação, com meio quilo de skunk.
A mulher G.N.C.P., de 22 anos e o companheiro dela, A. M. C. M., de 18 anos, foram presos com 20 invólucros de skunk. Os telefones celulares deles foram apreendidos. Os dois foram autuados em flagrante por tráfico de drogas.
Uma equipe de policiais, coordenada pelo delegado Júlio Cesar da Rocha, cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do venezuelano E.D.T.P., de 30 anos. No local ele foi flagrado com drogas e dinheiro. Os policiais apreenderam com ele U$ 2.120,00, a importância de R$ 2.224,00, um carro VW/Gol, uma porção de maconha e três telefones celulares.
Contra ele foi lavrado um APF (Auto de Prisão em Flagrante) por tráfico de drogas.
Ainda durante a operação, a equipe de policiais coordenada pelo delegado Vinícius Quadros prendeu em flagrante o venezuelano A. J. C. S., de 39 anos, por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e associação criminosa.
Nas buscas os policiais aprenderam com o acusado 32 mil dólares e R$ 1.315,00, um drone, telefones celulares, rádios HDs e e um animal silvestre que estava sendo criado em cativeiro.
Todos os presos foram apresentados na Audiência de Custódia na Comarca de Mucajaí. Eles tiveram suas prisões em flagrante homologadas e convertidas em prisão preventivas. Eles foram encaminhados ao Sistema Prisional.
Segundo o delegado, da análise preliminar do celular do acusado, restou evidenciado indícios suficientes de atuar o acusado pelos crimes, aparentemente praticados em típica atividade de associação criminosa, associação para o tráfico e tráfico de drogas.
O coordenador geral da operação, Wesley de Oliveira destacou que a ação causou um impacto da vila de Samaúma.
“A intenção é interromper o avanço dessas facções e proporcionar maior tranquilidade à comunidade, evitando que o clima de terror típico das facções atue também aqui no Brasil, como ocorre na Venezuela”, concluiu.
KAPOK –
O nome da operação Kapok é referente a uma fibra natural proveniente da árvore conhecida como samaúma. A ação reflete no esforço contínuo da Polícia Civil para conter a violência e o tráfico na região, visando desarticular grupos que promovem o terror naquela localidade.