Polícia

Pessoas que falsificavam perfis na internet são presas em Roraima

Outras duas pessoas, sendo um casal, seguem foragidas

D.A.L., de 24 anos, e V.N.M., de 21 anos, suspeitos de falsificar perfis na internet, foram presos durante a Operação 2 Face deflagrada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 5, pela Polícia Civil. Outras duas pessoas, sendo um casal, seguem foragidas.

D. A. L. foi preso no bairro Santa Teresa e V.N.M. foi presa no bairro Asa Branca. O homem foi levado para a Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ), onde teve seu mandado de prisão formalizado, sendo qualificado e interrogado. A mulher teve sua prisão cumprida no 2º DP.


V.N.M. foi presa no bairro Asa Branca (Foto: Divulgação) 

D. A. L. foi preso no bairro Santa Teresa (Foto: Divulgação) 

De acordo com informações prestadas pela delegada Geral Adjunta de Roraima, Darlinda Viana, duas pessoas foram presas na ação e outras duas, sendo um casal, são consideradas foragidas. Diligências estão sendo realizadas para localizá-las.

“Nós temos uma cooperação bastante profícua com o Estado de São Paulo. Desta vez fizemos novamente uma operação interestadual com a 1ª DIG, de Presidente Prudente, que solicitou nosso apoio no sentido de efetuar quatro buscas e apreensões e quatro mandados de prisão de um grupo criminoso que atuava aqui em Roraima”, destacou.

A delegada ressaltou ainda que o grupo criminoso atuava principalmente em estelionato eletrônico, falsidade ideológica e falsa identidade.

“Eles falsificavam perfis de Facebook e Instagram e revendiam materiais dentro e fora do Estado de Roraima. Efetuamos duas prisões e faltam prender duas pessoas. Enquanto não conseguirmos prender essas duas, permaneceremos realizando as diligências, até concluir a operação”, disse a delegada Geral Adjunta.

Em Roraima, a Operação é coordenada Pela Delegacia Geral, por meio do DOPES (Departamento de Operações Especiais). Participaram dos trabalhos policiais dos 2º e 3º DPs (Distritos Policiais), DDIJ (Delegacia de Defesa da Infância e Juventude), DRE (Delegacia de Repressão ao Entorpecentes), GRI (Grupo de Resposta Imediata) e GRT (Grupo de Resposta Tática).

 INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO

As investigações são conduzidas pela 1ª DIG (Delegacia de Investigações Gerais) da DEIC 8 (Divisão Estadual de Investigações Criminais) de Presidente Prudente. Uma vítima procurou a unidade policial relatando que teve um prejuízo de R$ 34.391,00, em 11 de agosto de 2021, quando foi instaurado Inquérito Policial e iniciada as investigações.

Desta maneira, considerando o relevante número de casos idênticos verificados em registros de vítimas pela cidade de Presidente Prudente e região, além, anunciados em redes sociais que se multiplicaram com o tempo da investigação e o anúncio do mesmo crime e prejuízos, tudo foi encaminhado ao Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) para análise precedente e emissão de relatório técnico.

Com 07 meses de ações de inteligência, em atos legítimos autorizados pela Justiça competente e pareceres favoráveis do Ministério Público paulista, com os cruzamentos de informações em fontes abertas e fechadas, em tese, houve o desvendamento dos crimes que possibilitou a representação cautelar policial, todas deferidas, que subsidiou o deferimento de 41 mandados de prisões preventivas; 56 mandados de buscas domiciliares; bloqueios e sequestros de contas cadastradas em 41 CPF’s, além, de uma dezena de sequestros de contas em cripto ativos.

Em tese, a ação busca desarticular possível Organização Criminosa de Estado distante da Federação, predominantemente Goiás, que utilizava ardil em fraude eletrônica, primeiro, obtendo fotografia em rede social e aplicativo de mensagem de vítimas para, depois, em busca e auxílio de outros criminosos digitais (com o cruzamento de informações) entrar em contato com familiares próximos (amigos, sócios, etc – todos pesquisados em redes sociais) informando a troca de prefixo telefônico (em chip cadastrado com a foto do conhecido) e, após, solicitando valores sob alegação de problema no aplicativo bancário.

Parte dos contatados fazem o pagamento e, apenas depois do encontro com os entes reais, descobrem o crime.

Com o grupo e com o resultado das buscas realizadas nesta manhã, que se beneficiou de soma que pode superar a três milhões de Reais nos últimos meses, a polícia busca a identificação de outros comparsas, bem como novas vítimas e patrimônio ocultado no branqueamento de capital.

Todos os suspeitos presos permanecerão nos Estados de origem e serão indiciados 10 vezes, entre crimes consumados e tentados, pela prática do crime de estelionato eletrônico, falsidade ideológica, falsa identidade, integrar organização criminosa, além do ilícito de lavagem de dinheiro.

Apenas no Estado de São Paulo será possível o esclarecimento de pouco mais de 600 fatos criminosos registrados nas cidades paulistas, além de centenas ocorridas em outros Estados da Federação. 

2 FACE – O nome da operação foi escolhido em tradução simples da escrita americana “two face”, usando o número não extenso, “duas faces” – em metáfora ao ardil eletrônico usado pelos criminosos que solicitam dinheiro das vítimas passando por conhecidos, inclusive, com fotografias retiradas das redes sociais ou telefônicas. 


No Estado, policiais cumpriram quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão domiciliares (Foto: Divulgação)