*MATÉRIA ATUALIZADA ÀS 8h30
A Polícia Federal realiza desde as primeiras horas desta quarta-feira, dia 10, uma ação de combate a restruturação de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios de Roraima. A ação está sendo batizada de “Operação Hipaspistas”.
Mais de 150 policiais federais foram mobilizados para esta ação, que ocorre simultaneamente nos estados de Roraima, São Paulo e Paraná.
Somente em Roraima, segundo a PF, estão sendo cumpridos 35 mandados de prisão preventiva e 28 mandados de busca e apreensão nos municípios de Boa Vista, Rorainópolis, Caracaraí e Mucajaí. Os mandados foram expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima, após representação da Autoridade Policial pelas medidas.
As investigações são uma sequência aos trabalhos da operação Érebo, deflagrada ao final de novembro de 2018, na qual PF identificou e mapeou a estrutura da organização criminosa no Estado, além de atribuir aos responsáveis os ataques que ocorreram em Roraima entre 29 e 31 de julho do mesmo ano.
Após o cumprimento de 45 mandados de prisão preventiva naquela ocasião, a facção criminosa iniciou processo de reestruturação no estado, inclusive com a indicação de novas lideranças, com o fim de possibilitar maior efetividade na prática de crimes.
Este processo foi acompanhado pela Polícia Federal, por meio de inquérito policial, de forma que a investigação possibilitou, novamente, a identificação das atividades desempenhadas por cada um dos principais membros dentro da estrutura da organização.
“A angariação das provas fundamentou o pedido das 35 prisões, que vão garantir a manutenção da redução das atividades da facção no estado”, destaca a PF, em nota encaminhado a imprensa agora a pouco.
Segundo o órgão, parte das lideranças do grupo coordenam as atividades a partir de outros estados, e a maior parte dos alvos dos mandados já possui indiciamentos ou condenações em outros crimes.
“Os crimes imputados aos alvos são a participação em organização criminosa, com uso de arma de fogo e com agravamento da pena para quem exerce o comando da organização, bem como o crime tráfico de drogas. As penas destes crimes, somadas, podem ultrapassar os 25 anos de prisão”, completou.
Além dos agentes da PF, a operação conta com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc) e do Ministério Público de Roraima (MPRR).
HIPASPISTAS– O nome da operação remete às unidades de elite do exército macedônico que foram decisivas na batalha de Gaugamela (331 a.c.). Mesmo em desvantagem numérica de 5:1 a favor do exército de Dario III, as forças do imperador Alexandre derrotaram o exército opositor centrando sua estratégia na liderança persa.