A Polícia Federal em Roraima (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira, 31, um agente penitenciário acusado de dar apoio a uma facção criminosa que atua dentro e fora do sistema prisional de Roraima.
Segundo informações obtidas com exclusividade pela reportagem da FolhaWeb, o agente é acusado de facilitar a entrada de drogas, celulares e armamentos nos presídios do Estado.
A prisão do agente ocorreu com o apoio da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc). Ele foi levado pelos policiais federais à sede da superintendência da PF, onde está sendo interrogado. A investigação estava sendo conduzida há mais de um ano pela Polícia Federal e não teve interferência por parte do Estado.
Em fevereiro deste ano, a mulher do mesmoagente penitenciário morreu após levar um tiro na cabeça com a arma do marido. À época, ele havia alegado à Polícia que a vítima teria se matado após uma discussão.
GOVERNO- Em nota, o Governo informou que, após alguns meses de investigação foi identificado que o agente penitenciário regularmente introduzia celulares na Pamc, recebendo os aparelhos nas vésperas dos plantões, normalmente das mãos de parentes de presos e entregando aos destinatários no dia seguinte, dentro da unidade prisional. Ele recebia por cada celular ou porção de droga que introduzia na Penitenciária Agrícola.
“Tais aparelhos eram utilizados pela cúpula da organização criminosa para comandar o tráfico de drogas, roubos e acertos de contas de dentro da Pamc, o que torna a conduta do agente público ainda mais grave, considerando que desde o ano de 2016 foram assassinados a mando da facção três policiais militares, um policial civil e um agente penitenciário”, informou.
Além de introduzir celulares na Pamc, o servidor público enquanto esteve lotado no Centro de Progressão Penitenciária assinou a Folha Individual de Frequência de um reeducando que deveria pernoitar na unidade, fabricando um álibi falso que poderia ser utilizado no caso do cometimento de algum delito.
Juntamente com o agente foram presos FPL e HSM, ambos integrantes da facção. O primeiro cumpre pena na Pamc e se aproveitava do benefício do trabalho interno para receber o celular das mãos do agente e o segundo está cumprindo pena em liberdade.
Os presos foram indiciados nas penas Artigo 33, da Lei 11.343/2006 (tráfico de drogas), Artigo 349-A (Favorecimento real), Artigo 297, do Código Penal (Falsificação de documento público) e Artigo 2º, § 2º e § 4º, Inciso I, da Lei 12.850/2013 (participação em organização criminosa).
SINDICATO- O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape) informou, em nota, que no tocante à prisão do agente penitenciário no dia de hoje, a entidade entende que a ação da PF foi legítima e profícua. “Não se pode admitir servidores nos quadros da segurança pública com prática manifestamente criminosa e incompatível com o cargo, entendemos ainda, que a lei deve ser aplicada no seu devido rigor se após o devido processo legal comprovar-se a prática de algum delito seja qual for o servidor”, destacou.
Mais informações a qualquer momento e matéria completa na edição impressa desta quarta-feira, 01º de novembro.