PMs acusados de matar jovem e simular confrontos serão soltos após decisão da Justiça

A defesa afirmou que os policiais foram punidos injustamente por estarem cumprindo seu dever

Os três estão presos preventivamente no CPC. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Os três estão presos preventivamente no CPC. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Os policiais militares Arnaldo Cinsinho Silva Melville, Lucas Alexandre Rufino Araruna e André Galúcio Souza serão soltos, após quase 10 meses presos no Centro de Policiamento da Capital (CPC). A Justiça concedeu a liberdade nesta quinta-feira (13).

Os três são acusados de envolvimento na morte de Pedro Henrique Reis de Moura, de 18 anos, ocorrida em 14 de dezembro de 2023. Segundo a investigação, os policiais teriam executado o jovem, que seria integrante de uma facção criminosa.

Em abril de 2024, eles foram detidos preventivamente na Operação Janus, deflagrada pela Polícia Civil de Roraima em conjunto com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A operação

Em julho de 2024, durante entrevista à Folha, a defesa dos militares negou a acusação de homicídio e apontou falhas na investigação. Na ocasião, o advogado Diego Rodrigues afirmou que a única testemunha do caso, o irmão de Pedro Henrique, mudou a versão dos fatos ao relatar que estava no banheiro no momento do tiroteio.

No CPC, o advogado reafirmou à reportagem que os policiais foram punidos injustamente por estarem cumprindo seu dever.

“Eles estavam exercendo a sua função de policial militar, estavam exercendo a sua função de proteger a sociedade, entraram em confronto com rapazes que já tinham uma extensa passagem pela polícia e, na verdade, estavam sendo punidos meramente por fazerem o trabalho deles”, declarou.

Rodrigues também destacou que a defesa seguirá contestando o processo. “O juiz sentenciou, foi uma sentença de pronúncia, vai ser aberto o prazo para a defesa contestar ou recorrer. A gente vai recorrer até onde for possível para a absolvição integral deles”, afirmou.

Com a decisão judicial, os policiais devem ser liberados e seguirão respondendo ao processo em liberdade, mas afastados das atividades policiais.