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Polícia Civil aponta 6 envolvidos na morte e decapitação de rapaz

Na tarde de ontem, agentes do setor de investigação e o delegado que atuam no Município de Mucajaí, a Centro-Oeste do Estado, prenderam  Carlos Henrique de Castro, 22 anos, e Hector Queiroz de Oliveira, 19 anos, e apresentaram também um adolescente. Eles são os principais suspeitos da morte de Magnum Luis de Oliveira, 26, que foi morto, decapitado e teve a cabeça jogada no rio na madrugada de quarta-feira, 30.

Imagens de câmeras de residências confirmam a participação dos três no crime. Segundo o delegado responsável pelo caso, três suspeitos estão foragidos, totalizando seis pessoas que possam ter envolvimento com o crime, motivado por um provável acerto de contas do tráfico de drogas, inclusive envolvendo foragidos do sistema prisional.

Em uma coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, o delegado Alexander Lopes deu detalhes do caso. “Logo nas primeiras horas da manhã começamos a buscar imagens e testemunhas pelas proximidades do local do fato, quando descobrimos que o Carlos Henrique foi visto no local e estava lesionado. Ele teria travado luta corporal com a vítima. Chegando à residência dele, verificamos que ele realmente tinha lesões bem recentes, e em uma conversa, ele disse que a participação foi dos outros dois presos. Levamos todo mundo para a delegacia, inclusive o menor, e recomeçamos as diligências”, explicou.

Durante as oitivas e buscas por informações, os demais suspeitos foram identificados. “Nós tivemos a certeza de que o Hector, Carlos Henrique, o adolescente, e pelo menos um dos foragidos, Marlon Cardoso Silva Rocha, vulgo ‘Babá’, têm envolvimento direto com o crime. Estamos investigando também a participação do Maxsuel Castelo Branco, vulgo ‘Feijão’, na morte, além do morador da casa, conhecido como ‘Caburé’, que fica em frente ao terreno onde a vítima foi decapitada. Logo depois do crime, ele fugiu do local e a casa ficou aberta e abandonada”, destacou o delegado.

Um dos elementos afirmou à polícia que uma briga entre ele e a vítima resultou no homicídio. “Alegam que a vítima conhecia uma das pessoas que estavam na casa, local onde teve um desentendimento com Carlos Henrique. Em razão dessa luta corporal, ocorreu o crime. A gente não sabe exatamente quem deu a primeira e a segunda faca e quem cortou a cabeça, mas nós temos certeza que estavam todos envolvidos. Eles contaram versões divergentes e, ao fim, nós conseguimos provas através de imagens de residências de que juntos eles levaram a cabeça da vítima até o rio”, disse Lopes.

O delegado ressaltou que, apesar de os suspeitos contarem versões divergentes, provas contundentes comprometeram a rede de mentiras, como as imagens da câmera de uma residência, que mostram exatamente o momento em que o bando passou com a cabeça da vítima. “Primeiro passa o menor com a cabeça dentro de um saco plástico, assim como ele relatou no interrogatório. Passa o Hector de bicicleta junto com ele e, depois, o Carlos Henrique junto com algumas pessoas dentro do carro, todos em direção ao rio”, enfatizou.

A polícia acredita que seja um acerto de contas do tráfico de drogas na sede do município e que o crime foi premeditado. “Eles alegam que foi cachaça, excesso de bebida, mas nós não descartamos pelo tipo de crime e pelo fato de a vítima ser usuária e reconhecida pelos parentes, que possa ter sido acerto de contas de dívida do tráfico. A forma de ter separado a cabeça e o fato de estarem junto dois foragidos corrobora o entendimento de que foi um crime premeditado”, ressaltou Alexander Lopes.

Na delegacia, enquanto prestavam depoimento, os suspeitos falaram que a vítima foi agressiva, mas o delegado disse que a vítima morava há dois meses em Mucajaí e que não tinha nenhuma ocorrência registrada contra ele. O delegado descartou que a morte possa ter relação com a guerrilha entre facções que atuam dentro e fora dos presídios.

Segundo ele, em nenhum momento da investigação ouviu-se falar que a vítima pertencia a alguma organização criminosa e que nem mesmo tinha passagem pela polícia. Entretanto, o delegado salientou que obteve a informação de que um dos acusados, Carlos Henrique, intitula-se integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). (J.B)