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Polícia Civil desvenda assassinato em Pacaraima e acusado confessa crime

Na noite de quarta-feira, 08, policiais civis da Delegacia de Polícia de Rorainópolis, na região Sul do Estado, conseguiram prender Francisco Mardone Chagas da Silva, vulgo “Coringa”, após as investigações apontarem que ele teria matado João Carlos da Silva Dantas, 31 anos, e em seguida ateou fogo no corpo, crime que aconteceu no município de Pacaraima, ao Norte de Roraima, na madrugada de segunda-feira, 06. Ele não resistiu à prisão e, na delegacia, confessou o crime.

Toda a ação que culminou na prisão foi realizada pelo Setor de Operações do DP de Pacaraima. Depois de ouvirem familiares da vítima, os agentes de polícia descobriram que João Carlos foi visto pela última vez na companhia de “Coringa”, bebendo em um bar na noite do domingo, 05. Em determinado momento, já na madrugada de segunda-feira, eles saíram do local em moto Biz de cor verde, que pertence à esposa do acusado.

Diante das informações, os policiais encontraram a mulher, de 22 anos, na manhã de terça-feira, 07, num salão de beleza onde trabalha. Questionada sobre o paradeiro da moto, ela disse que estaria no apartamento de sua cunhada. O veículo foi encontrado, apreendido e levado para a delegacia. O s investigadores procuraram o suspeito na casa de seus familiares, mas a mãe e os irmãos informaram que não o viam há duas semanas.

Depois de relutar em contar todo o fato, a mulher de Francisco disse que ele saiu na moto, por volta das 15h de domingo, e retornou somente na madrugada da segunda-feira, em horário próximo às 03h30, junto com a vítima. Na ocasião, ela relatou que “Coringa” entrou na casa e pegou um televisor de tubo com defeito, afirmando que negociaria com a vítima, mas quando João Carlos viu o televisor, passou a discutir com Francisco, dizendo que aquele modelo de TV não era possível de ser vendido.

Então “Coringa” entrou novamente na casa, armou-se com uma faca e falou para a mulher que mataria João Carlos. Ela disse que tentou fazer com que o companheiro desistisse da ação, mas não conseguiu e que Carlos tentou fugir na moto depois de ouvir a ameaça, no entanto, o veículo falhou alguns metros à frente, possibilitando que “Coringa” o alcançasse.

No mesmo instante, João Carlos foi obrigado a sentar-se no chão e passou a ser torturado com riscos de faca em seu corpo e sob constante ameaça de morte. A companheira disse que chegou a pedir para que “Coringa” não matasse a vítima e que também implorou por sua própria vida, afirmando que daria a quantidade de “pedras” (crack) que o agressor desejasse.

Inicialmente, a justificativa de “Coringa” para matar João Carlos seria para que ele não o denunciasse à polícia, mas, diante da oferta de droga, agiu como se estivesse disposto a negociar a vida da vítima. Com as mãos amarradas, a vítima saiu junto com o agressor afirmando que, após a negociação, iria libertá-la. Mas além de uma faca, “Coringa” também portava um facão. A companheira observou que, meia hora depois, ele retornou sem a faca e sem o facão. Disse que, no caminho, falava sozinho algumas palavras que ela não conseguia compreender. Mas assim que chegou em casa, ele falou para a esposa que tinha feito uma “besteira”, confessando o crime.

Ao amanhecer, “Coringa” retirou quase toda a gasolina do tanque da moto e a depositou em um vasilhame plástico, pegou o isqueiro e saiu dizendo que iria atear fogo no corpo da vítima para “apagar suas digitais”. Algum tempo depois, ele retornou, fez as malas e saiu com destino a Rorainópolis.

Com as informações sobre o paradeiro de “Coringa”, que estaria na casa de uma irmã, os policiais daquele município fizeram buscas e conseguiram fazer a prisão do acusado na noite desta quarta-feira. Ele não ofereceu resistência e confessou ter matado João Carlos.

Quanto às armas e o vasilhame usado para depositar gasolina e queimar o cadáver, “Coringa” disse ter escondido o material no meio da mata, próximo ao local da desova. Os investigadores fizeram buscas, mas como a área é muito grande e já estava perto de anoitecer, os itens do crime não foram localizados.

O CASO – Na noite de terça-feira, 07, um adolescente encontrou o corpo de João Carlos Silva Dantas. Além de uma parte do corpo ter sido queimada, principalmente as pernas, o cadáver apresentava um ferimento na cabeça causado por arma branca.

O corpo estava de bruços. Depois os policiais perceberam que o rosto estava completamente desfigurado e que a vítima poderia ter sido golpeada com terçado, o que acabou se confirmando. Na região do tórax havia perfurações de faca. Na manhã da quarta-feira, o corpo chegou a Boa Vista e, após exame cadavérico, foi liberado aos familiares. (J.B)