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Polícia desvenda crime e localiza o corpo de jovem desaparecido

Acusados acabaram confessando o crime e levaram a polícia até onde o corpo foi desovado, em uma área a caminho de Alto Alegre

Por volta das 11h de ontem, a Polícia Civil conseguiu localizar o corpo do assistente social Flávio da Silva Araújo, de 29 anos, que estava desaparecido desde o dia 15. A polícia chegou ao local, na RR-205, que dá acesso ao Município de Alto Alegre, em uma região de buritizal, próxima a um sítio, onde o corpo foi deixado, a mando dos criminosos, por um adolescente de 17 anos que tem envolvimento diretamente com o homicídio.

Outros dois envolvidos foram presos no Município de Caracaraí, na tarde de quarta-feira, quando foi dado o primeiro passo para desvendar o misterioso crime. Somente a ossada da vítima foi encontrada. Por causa do tempo em que ficou exposto ao sol, chuva e em uma zona alagada, o corpo já havia sido decomposto.

Equipes da Perícia da Polícia Civil e Instituto de Medicina Legal (IML) foram até o local por volta das 13h30, quando o corpo foi removido para a Capital, onde passou por exame cadavérico. Em coletiva de imprensa realizada ontem à tarde, na Delegacia-Geral da Polícia Civil, no bairro  Canarinho, as delegadas Mirian Di Manso, da Delegacia-Geral de Homicídios (DHG), e Magnólia Soares, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsáveis pelas investigações do caso, deram detalhes do crime.

Elas disseram que a autoria do homicídio qualificado foi de Maicon Albuquerque de Oliveira, Alessandro Guilherme de Lima Carvalho e o adolescente de 17 anos. “Segundo o depoimento dos envolvidos, o crime ocorreu quando a vítima se recusou a pagar o valor combinado pelo programa sexual com o três”, destacou Magnólia Soares.

Com a localização do corpo, a investigação ficará por conta da DGH. Quanto à receptação do veículo de Flávio, os autores já foram identificados e serão ouvidos. “Rafael Amandes Valadares, 19 anos, o ‘Lobão’, disse que não participou do crime e que apenas estava divulgando a venda do carro, pois conhecia um dos participantes do homicídio”, frisou a delegada.

Segundo ela, Rafael Valadares foi preso na noite de terça-feira, 26, em Caracaraí, por suspeita de tráfico de drogas. “Quando o policial que atendeu a ocorrência confeccionava o ROP [Relatório de Operação Policial], o celular do suspeito recebeu uma notificação de mensagem de WhatsApp. Quando o policial visualizou, tratava-se de um recado de uma pessoa alertando-o de que o homicídio estava sendo investigado”, destacou.

O CRIME – A delegada Mirian Di Manso disse que Flávio foi morto com um canivete encontrado dentro do porta-luvas do veículo da vítima. “Flávio foi morto dentro do próprio carro. Os três envolvidos já haviam ingerido bebida alcoólica, travaram luta corporal, quando um deles golpeou o estudante. Só não sabemos dizer exatamente onde, pois como o corpo foi encontrado completamente decomposto, somente o laudo pericial do IML pode apontar o local atingido”, frisou.

CARRO QUEIMADO – O segundo detido na cidade de Caracaraí foi Luiz Fernando Araújo Veloso, de 18 anos, o “Bopinho”, que estava escondido naquele município, conforme a polícia da região informou. De acordo com as investigações, tanto Rafael Valadares quanto Luiz Veloso tiveram participação no incêndio do carro da vítima, encontrado na semana passada no Distrito Industrial.

Eles ainda contaram com a ajuda de uma terceira pessoa, que não teve a identidade divulgada.   “O três que queimaram o carro, antes estavam tentando vender o veículo, mas quando perceberam que poderiam ser identificados através da localização dele, resolveram queimá-lo para tentar apagar as provas que os incriminasse”, disse Magnólia Soares.

A polícia, por meio do acesso às ultimas ligações ao celular de Flávio Araújo, conseguiu montar o quebra-cabeça do crime. Quanto à receptação do veículo, as averiguações ainda continuam, mas a autoria já foi confirmada. Os participantes do homicídio irão responder por homicídio qualificado e os que incendiaram o veículo por crime de receptação.

O CASO – Na noite do dia 15, Flávio da Silva Araújo desapareceu após sair de casa, na zona Oeste. Conforme a mãe dele, Flávio recebeu um telefonema por volta das 22h30 e saiu. Desde então não houve mais notícias dele.

O corpo de Bombeiros chegou a realizar buscas pelo corpo do jovem nas águas do Rio Branco, próximo de onde o carro da vítima havia sido queimado. O corpo só foi localizado após 12 dias do seu desaparecimento. (T.C)