Polícia

Polícia diz que tia e prima também seriam mortas por facção

Segundo a polícia, quando soube que estava condenada, teria oferecido a vida de uma das filhas para morrer em seu lugar, mas ambas seriam assassinadas se não tivessem sido presas

O caso da adolescente Glória Emanoelly Dias da Silva, de 15 anos, teve um desdobramento assustador. A polícia descobriu que a tia, suspeita de ter entregado a menina para a facção, também já estava condenada, pelo Tribunal do Crime, a morrer. Segundo a polícia, quando soube que estava condenada, teria chegado a oferecer a vida de uma das filhas para morrer em seu lugar, mas ambas, mãe e filha, seriam assassinadas na madrugada da terça-feira, 23, se não tivessem sido presas.

Para chegar até o cativeiro onde a tia da vítima e a prima estavam, no Conjunto Pérola, bairro Dr. Airton Rocha, os policiais receberam um telefonema com denúncia anônima. “Encontramos o cativeiro e todos os envolvidos estavam lá. Quando conseguimos separar cada um, para saber quem era quem, soubemos que já tinha vítima marcada para morrer e a primeira seria a tia da jovem decapitada”, acrescentou. 

A adolescente foi morta depois de ter sido ‘julgada’ na noite do domingo, 22, e executada durante a madrugada. “Quando fomos olhar o celular da tia, constava que veio uma ordem da facção do Paraná para que ela fosse executada também, porque estava acobertando a sobrinha que teria relacionamento com um integrante do grupo rival. Então, a tia teria feito a “casinha” para essa sobrinha por dois motivos: não ser morta por causa da dívida com a facção e também porque queria fazer parte da organização criminosa, onde se chamaria ‘Assussena’”, declarou o policial militar que coordenou as diligências. 

A polícia explicou que quando a tia informou para os líderes da facção que sua sobrinha era membro do bando rival, não esperava que teria como resposta uma sentença de morte. “Como veio a ordem do Paraná para matá-la, diante disso, ela ofereceu uma das filhas, dentre as que estão presas, para que fosse executada em seu lugar, porque não queria morrer, ocasião em que a facção decidiu que mataria as duas [mãe e filha]. Conseguimos livrar mais duas vítimas”, enfatizou.

Força Tática e Choque do Batalhão de Operações Especiais (Bope), assim como o Departamento de Informação e Inteligência da PM (DII) e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), constituído pelas Polícias Civil, Militar e Federal, estiveram envolvidos nas ações que resultaram na resposta rápida ao crime.

Duas adolescentes que faziam parte do bando foram levadas para o Centro Socioeducativo (CSE), enquanto os sete maiores foram apresentados à Justiça em audiência de custódia. Na decisão, todos ficaram presos preventivamente e encaminhados ao Sistema Prisional. (J.B)