A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas no inquérito que apura os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Entre os indiciados estão os generais Augusto Heleno e Braga Netto, além do delegado Alexandre Ramagem e Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Os crimes apontados incluem abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.
O relatório de 884 páginas foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir sobre a denúncia contra os investigados.
Investigação detalha planejamento
A PF também apura o envolvimento de um grupo chamado “kids pretos”, formado por militares das Forças Especiais, em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Os documentos indicam reuniões em Brasília, monitoramento de alvos e tentativa de articular um golpe.
O plano previa a decretação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além da prisão de Moraes e a formação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, que seria liderado por Augusto Heleno.
Mensagens recuperadas detalham ações planejadas entre novembro e dezembro de 2022.
Em 8 de janeiro de 2023, as sedes dos Três Poderes foram invadidas por manifestantes, em uma ação que ainda está sob investigação para determinar conexões com o suposto plano golpista.