Polícia identifica segunda vítima encontrada em cemitério clandestino no Pricumã

A Polícia Civil encerrou as buscas por novos corpos no dia 23 de janeiro Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
A Polícia Civil encerrou as buscas por novos corpos no dia 23 de janeiro Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A Polícia Civil de Roraima (PCRR) identificou, na última sexta-feira (31), a segunda vítima entre os nove corpos encontrados recentemente em uma área de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde. A identificação foi realizada com a atuação do Instituto de Medicina Legal (IML),.

A segunda vítima identificada é o venezuelano Nestor Policarpo Petruce Rodriguez, de 34 anos, desaparecido desde o dia 24 de dezembro de 2024. A primeira vítima confirmada havia sido Noelis Del Valle Cana, também venezuelana, de 38 anos, cujo desaparecimento foi registrado em 08 de novembro do mesmo ano.

De acordo com a diretora do IML, a perita odontolegista Marcela Campelo, a identificação foi possível por meio da análise da arcada dentária da vítima, confrontada com informações fornecidas pelos familiares e documentação odontológica.

“Os familiares procuraram o IML no início do ano, informando o desaparecimento. Realizamos o trabalho pericial e, através da arcada dentária obtida por fotos e vídeos, identificamos o corpo, que já estava em estado de esqueletização”, explicou.

A causa da morte foi determinada como choque hemorrágico, devido a um ferimento causado por arma branca. O corpo foi liberado para os familiares na sexta-feira (31). A diretora do IML reforçou que os trabalhos continuam para a identificação das demais vítimas e pediu que familiares de desaparecidos compareçam ao instituto com documentação odontológica e fotografias das pessoas desaparecidas.

O caso

No dia 20 de janeiro, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência envolvendo uma pessoa que estaria fugindo de um grupo criminoso. Durante a ação, os agentes localizaram cinco corpos em uma área de mata na Rua Três Marias. A Polícia Civil foi acionada e, no dia 22 de janeiro, durante uma varredura no local, foram encontradas mais quatro ossadas dentro de uma manilha concretada, em um ponto de difícil acesso. O resgate das ossadas exigiu o uso de máquinas pesadas.

Duas pessoas foram presas em flagrante, sob acusação de ocultar cadáveres, participação em organização criminosa e ameaça. As investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), que realiza análises periciais e diligências para esclarecer as circunstâncias das mortes. Paralelamente, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO) instaurou um inquérito para apurar possível envolvimento de facções criminosas nos homicídios.