Polícia

Polícia investiga se bolívares seriam usados para falsificar outras moedas

Agentes encontraram R$ 40 milhões - toda a quantia em notas de 100 bolívares

A Polícia Civil do Rio investiga se as milhares de cédulas de bolívares venezuelanos apreendidos no Complexo do Caju, na Zona Norte da cidade, na última segunda-feira, seriam usadas para falsificação de outras moedas.

Os investigadores acreditam que a tinta do dinheiro poderia ser apagada com produtos químicos para que o papel-moeda fosse novamente usado. Os agentes encontraram R$ 40 milhões – toda a quantia em notas de 100 bolívares.

A cédula foi retirada de circulação no fim do ano passado. Com isso, o governo venezuelano chegou a fechar a fronteira do país com o Brasil para combater o contrabando das notas.

– Os bolívares venezuelanos são fáceis de fazer essa remoção da tinta impressa – afirma o delegado assistente da 17ª DP (São Cristóvão), André Neves, responsável pelas investigações.

A entrada de bolívares venezuelanos no Brasil já vem sendo investigada desde o início do ano passado pela Polícia Federal e Receita Federal no estado de Roraima.

De fevereiro a abril, foram apreendidos mais de R$ 30 milhões de bolívares na fronteira do estado com a Venezuela. De acordo com o delegado Omar Rubin, da Receita Federal, também chamou atenção das autoridades a entrada declarada de grande quantia da moeda por turistas.

Assim como no Rio, a investigação no estado levanta a possibilidade dos bolívares estarem sendo usados para falsificar dinheiro.

– Em 2016, essa quantidade de bolívares apreendidos e declarados aumentou muito. Agora já notamos uma redução, talvez por terem percebido que estavam ficando muito visados – explicou Rubin.

O dinheiro encontrado estava em dois carros, dentro de 12 malas. Houve tiroteio entre os policiais e traficantes no trajeto para chegar ao local onde estavam os veículos. Ninguém ficou ferido.