Após obter informações por meio de denúncia anônima, policiais militares que atuam no Projeto Polícia Comunitária se deslocaram, por volta das 20h30 de hoje, para uma residência na rua S-11, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste, e encontraram a mulher que havia subtraído, poucas horas antes, um bebê recém-nascido do quarto em que a mãe estava internada no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré (HMINSN).
Segundo a PM, a mulher foi identificada como Raquel Torres Alves, de 36 anos, viúva, mãe de quatro filhos e que trabalha como manicure. Conforme o major Ronaldo Eduardo, coordenador de operação da Polícia Comunitária, a ajuda da população foi fundamental para que a polícia encontrasse o bebê. “É bom frisar que que encontrou foram agentes do Programa, com a ajuda da população, que fez a denúncia pelo 190”, ressaltou.
À Folha, a delegada geral da Polícia Civil, Haydée Magalhães, responsável pelas investigações, informou que a acusada estava transtornada no momento do flagrante e dizia que o bebê era dela. “Ela reconheceu na hora o vídeo que foi divulgado e disse para nós que aquele bebê era dela. É uma mulher que precisa de ajuda”, disse.
De acordo com a delegada, a manicure estava grávida, mas possivelmente teria perdido o bebê há poucos dias. Ela pariu um bebê, mas não sabemos exatamente se foi ontem ou hoje. Tudo indica que ela perdeu a criança, mas não foi na maternidade”, afirmou.
Para constatar que se tratava realmente do recém-nascido raptado, o pai e a mãe da criança fizeram exames de sangue na unidade. “A foto e as roupinhas da criança denunciaram na hora. Para constatar, trouxemos todos até aqui e fizemos os exames. A reação foi de alívio, alegria e gratidão dos pais”, contou.
Uma vizinha de Raquel, que preferiu não se identificar, revelou à Folha que estranhou quando encontrou a mulher com um bebê no colo se deslocando de ônibus em direção ao Senador Hélio Campos. “Ela estava grávida, mas não sei o que aconteceu com o bebê dela. Tem mais de duas semanas que não a via. Por volta de 16h, ela estava no terminal entrando no ônibus com o bebê. Quando questionei se ela já tinha tido a criança, ela disse que um carro tinha atropelado ela e que havia tido o bebê na casa de uma amiga”, declarou.
Questionada o porquê de ter raptado a criança, a manicure preferiu não se manifestar e manteve o silêncio. Ela foi encaminhada para a Central de Flagrantes do 5º Distrito Policial e ficará à disposição do delegado plantonista.
RECÉM-NASCIDO- A criança subtraída nasceu no dia 29 de dezembro, é do sexo masculino e filho da venezuelana Yessenia Tahyri Robles Avendano de Udeh, de 26 anos, e Chuk Wubuka Kingler Udeh, 30 anos, nigeriano radicado na Venezuela. A mãe da criança contou às autoridades que viu a mulher na noite em que deu à luz, no dia 29, quando a suspeita entrou na enfermaria dizendo-se acompanhante de outra parturiente.
Nesta quarta-feira, 30 a mulher voltou na enfermaria onde o bebê estava com a mãe e se aproveitou da distração de Yessenia para pegar a criança e deixar o local. A mãe, por estar recém-cirurgiada, não conseguiu seguir a suspeita e quando chegou à porta do quarto, a mulher já havia desaparecido.
OUTRO CASO- Este não foi o primeiro caso de subtração de bebês na maternidade de Boa Vista. Em 2013, uma professora universitária de 47 anos, foi presa em flagrante por ter raptado um bebê de dois dias na unidade. Segundo a polícia, a mulher teria se disfarçado de enfermeira para levar a criança recém-nascida.