Polícia

Polícia prende dois suspeitos do assassinato de empresário

Um funcionário da empresa é um dos presos. A Polícia já pediu a prisão preventiva dos dois e de um foragido

Uma ação policial integrada resultou na elucidação do latrocínio, que vitimou o empresário João Batista Castro, de 50 anos, na noite de ontem (17), no bairro Asa Branca. O trabalho dos policiais levou a dois acusados de estarem envolvidos no roubo seguido de morte: um funcionário da Casa Taurus Caça e Pesca, Talison Saraiva Nobre, de 20 anos, conhecido como Lourinho da Taurus, e Thiago Henrique Silva Sousa, de 21 anos. Os dois estão presos.

Segundo a titular da Delegacia Geral de Homicídios, Mirian Di Manso, as investigações identificaram ainda a participação no crime de Dewilson da Silva Ribeiro, conhecido como ‘Pica Pau’, que está foragido. Além disso, a polícia continua investigando uma quarta pessoa que teria conduzido os dois assaltantes até a loja da vítima, em um veículo GOL, cor prata.

A delegada, durante coletiva de imprensa, explicou os detalhes do caso. Segundo ela, desde a noite de ontem (17) as diligências tiveram início com a participação dos policiais da DGH, juntamente com o Núcleo de Inteligência, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Divisão de Captura (Dicap) e apoio da Polícia Militar.

Ainda de acordo com a delegada, as primeiras suspeitas surgiram ainda no local do crime quando o funcionário da loja, supostamente apresentado como vítima e testemunha, alegou que tivesse sofrido agressões. “Mas a alegação de que ele [Talison] levou capacetada e chutes dos infratores, sem que isso deixasse vestígios pelo corpo levantou suspeitas”, completou.

Com o resultado do exame de corpo de delito, feito na noite de ontem mesmo, Talison voltou a ser ouvido hoje na delegacia. Paralelo a isso, as investigações durante a madrugada, inclusive com denúncias anônimas de quem seriam os autores do crime, levaram a Polícia a localizar Thiago.

Os depoimentos dos dois são contraditórios, mas eles confessaram a participação no crime. O funcionário da vítima alega que a intenção inicial dos assaltantes era levar apenas a motocicleta Broz, que pertencia ao empresário. Talison afirmou que foi procurado por Thiago para saber sobre os horários de movimento na loja para efetuar o furto.

Segundo a delegada, Talison tinha contado aos assaltantes que o melhor horário era no intervalo de meio dia às 14h. Só que nenhum furto aconteceu nesse horário. Ele contou ainda que foi surpreendido por volta das 18h, por Pica Pau já armado, entrando na loja para assaltar.

“Uma série de coisas aconteceram em seguida: os infratores exigiram que a vítima abrisse o cofre. Como o empresário alegou que estava sem os óculos e que por isso não conseguia identificar os números, começaram as agressões”, contou a delegada.

Para aterrorizar a vítima, ainda segundo a Polícia, os bandidos deram tiro na parede. “Numa dessas agressões, o Thiago deu uma coronhada na cabeça da vítima, que por sua vez reagiu e foi então que tanto Pica Pau quanto Thiago atiraram. E a vítima veio a óbito em seguida, e eles fugiram”, finalizou a delegada.

A versão de Thiago é mesma quanto ao que aconteceu durante o assalto, mas nega que teria combinado com Talison o furto da moto Broz. Segundo ele, o combinado aconteceu entre o funcionário da vítima e Pica Pau. “O certo é que eles sabiam que iriam fugir numa motocicleta porque as imagens das câmeras mostram eles descendo do carro com capacetes”, informou a delegada.

Ela informou também que a DGH já representou contra os dois suspeitos que estão custodiados na delegacia, aguardando a decisão da 2ª Vara Criminal. Além deles, a delegada representou contra Pica pau, que está foragido.

BIZ
A motocicleta utilizada pelos bandidos para fugir do local do crime, que pertence ao funcionário da Taurus, foi localizada às margens do igarapé Caranã, sem as rodas. Os documentos dele também foram localizados, com uma pessoa que tentou utilizar os cartões de Talison. Essa pessoa foi apresentada no 3º Distrito Policial.

 

Advogado contesta prisão de cliente

O advogado Alex Coelho, que defende Talison Saraiva Nobre, funcionário da loja Taurus Caça e Pesca, procurou a Redação da Folha, no começo da noite de hoje, para contestar a prisão de seu cliente, que por volta das 19h desta sexta-feira, permanecia detido desde às 8h da manhã na Delegacia Geral de Homicídio (DGH), suspeito de estar envolvido na morte do empresário João Batista Castro.

“Meu cliente foi à Delegacia apenas saber por que estava sendo suspeito no crime. Então, ilegalmente, ele foi preso sem mandado de prisão, nem flagrante. Está lá até agora (18h50), sem almoçar e a família está toda na porta da delegacia. Esta prisão é ilegal”, frisou o advogado.

Alex disse que já havia impetrado um Habeas Corpus, no plantão judiciário da 1ª Instância, e espera a soltura de seu cliente que, segundo o advogado, está preso de forma ilegal.