A morte do adolescente portador de autismo, Josué Oliveira da Silva, de 16 anos, teve um novo desdobramento quando, nos últimos dias, mais três envolvidos foram presos em cumprimento de mandado de prisão e outros dois estão foragidos, sendo um deles adolescente. Até agora, oito pessoas foram presas por participação no crime. Em coletiva de imprensa realizada na tarde dessa terça-feira, 6, representantes da Polícia Civil, Polícia Militar e Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania) explicaram como as prisões foram efetuadas.
A Delegada Eliane Gonçalves, responsável pelas investigações do caso, disse que Josué foi morto sob acusação de fazer parte de uma organização criminosa, mas para a Polícia ficou claro que não participava de práticas de crime. “Era um menino inocente que estava sentado no banco da Praça, foi abordado e tudo o que perguntavam ele sorria e concordava e, a partir daí, os integrantes da organização criminosa PCC [Primeiro Comando da Capital] acharam que ele era da facção rival e levaram ele para uma casa, passaram pelo Tribunal do Crime e, posteriormente, foi levado para a região do Urubuzinho, onde foi morto de forma cruel”, explicou.
A autoridade policial ainda contou que os órgãos de segurança pública do Estado, dentro de suas limitações, trabalharam com afinco no caso, unidos com a Dicap, com o Departamento de Informação e Inteligência da Polícia Militar (DII/PM) e, ainda na madrugada do dia 16, realizaram as primeiras diligências, contudo, encontraram o corpo de Josué, ao amanhecer do dia, já sem vida. Em contrapartida, nas primeiras 24h após os crime, cinco foram presos, sendo Vitor Renan Cames, Felipe Rodrigues dos Santos, João Júlio de Jesus Passarinho, Talisson da Silva Costa, Victor Lucas Sobral Matos.
“Eu lavrei o Auto de Prisão em Flagrante [APF], o juiz decretou as preventivas e todos se encontram na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo [Pamc] cumprindo a pena. As investigações continuaram. Solicitei mais cinco mandados de prisão de pessoas que também participaram e conseguimos localizar três. Cada um participou a seu modo. Cada um com seu grau de culpabilidade. Todos os que estão presos são autores do crime. Alguns dos presos confessaram e concederam detalhes de como aconteceu, o que nos auxiliou a conseguir novas provas”, destacou a delegada.
Foram presos nos últimos dias, em decorrência dos mandados de prisão preventiva: Kelson Miller Marques Sabino, vulgo “Kelsinho”; Jeferson Caio Lima da Silva, vulgo “Delas” e Cláudio William dos Santos Furtado, vulgo “Chapa na Bubina”. Conforme as investigações, “Chapa na Bubina” foi o responsável pelo transporte da vítima, usando um carro de sua propriedade. Ele nega que tenha participado de outros crimes, mas os comparsas afirmam que ele já fez outros transportes de vítimas.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Elias Santana, era necessário dar uma resposta imediata para o crime bárbaro do adolescente. O secretário de Justiça e Cidadania, André Fernandes, salientou que, apesar de não terem conseguido impedir a morte, os policiais fizeram descobertas importantes, inclusive que membros da própria organização criminosa apontaram a atitude dos que cometeram o crime como uma atitude errônea, em virtude da vítima ser uma pessoa com transtorno. “Os próprios integrantes da cúpula do PCC foram pegos em gravações dizendo que foi um erro muito grande ter estabelecido um tribunal do crime. Isso é um fato que nos chamou a atenção, posterior à investigação”, reforçou.
O delegado geral, Herbert Amorim, justificou que é mais uma ação integrada, na qual a Polícia Civil, Polícia Militar e Sejuc, por meio da Dicap [Divisão de Inteligência e Captura], estão mostrando os resultados positivos de combate ao crime organizado. (J.B)
