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Polícia prende mais um acusado de integrar quadrilha do 'Zé Boi'

A equipe da Delegacia de Polícia Civil de Mucajaí cumpriu, ontem, mandado de prisão contra o corretor de imóveis Nilton César Alves Padilha, de 37 anos, apelidado de “Cezinha”. Na delegacia, o homem se apresentou com o nome de Nilton César Alves da Rocha. Ele vinha sendo investigado por aplicar golpes em pequenos fazendeiros na região de Mucajaí, junto com o autônomo José Pena Mangabeira, de 28 anos, apelidado de “Zé do Boi”, que foi preso no mês de agosto.
Segundo informações da delegada titular de Mucajaí, Ednéia Chagas, a investigação, que resultou na prisão de Cezinha, teve início após denúncia em 2011, de moradores da região, que afirmaram ter sido vítimas de golpes praticados pelo indivíduo conhecido como “Zé do Boi” e outros comparsas.
A primeira vítima foi lesada em R$ 25.500,00, quando vendeu 20 cabeças de gado leiteiro para o acusado. A segunda vítima foi em janeiro de 2014 e comunicou que vendeu 30 cabeças de carneiros e recebeu um cheque de R$ 6.552,00 sem fundo.
A terceira vítima foi enganada em maio de 2014, quando vendeu carneiros  abatidos e recebeu um cheque de R$ 2.478,00, também sem fundo. A quarta vítima foi em julho de 2014 e contou que vendeu porcos abatidos avaliados em R$ 2.772,00 e não recebeu.
A delegada disse que todos os cheques eram em nome de terceiros e as vítimas relataram que o acusado não agia sozinho, estando sempre em companhia de uma ou mais pessoas. Como forma de frear a ação criminosa, a delegada representou pela prisão de “Zé do Boi” e, em agosto, o mandado de prisão foi deferido pela Justiça, cumprido pelos policiais. As investigações tiveram continuidade tendo em vista os fortes indícios de que o acusado  não agia sozinho.
“Chegou-se ao nome de Nilton César Alves Padilha, que era o responsável por emitir cheques sem fundo para que ‘Zé do Boi’ aplicasse os golpes. Em média, cinco vítimas apresentaram os cheques apresentados por Cezinha. Havendo provas de que ele participava da quadrilha do ‘Zé do Boi’, representamos por sua prisão para que cessassem os golpes”, observou a delegada.
Cezinha foi preso no bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista, e conduzindo à Delegacia de Mucajaí para ser interrogado, ocasião em que se apresentou não com o nome que vinha sendo investigado, mas como Nilton César Alves da Rocha, apresentando inclusive uma carteira de trabalho com esse nome.
“O documento apresenta indícios de falsificação, o que corrobora com as investigações de que, além do estelionato, possivelmente ele esteja praticando outros crimes com falsidade ideológica e uso de documento falso. Descobrimos que usava três nomes diferentes com CPFs diferentes. A tática dele é usar documentos em que modifica apenas o último sobrenome”, disse a delegada.
Ainda segundo a delegada, durante a interrogatório, Cezinha negou a participação na quadrilha, mas admitiu ser dono dos cheques usados por ele e confessou que os assinavam em branco. “As investigações acerca dos golpes aplicados por ele e Zé do Boi estão quase encerradas, porém há indícios de que outros golpes foram aplicados por Cezinha em Boa Vista”, esclareceu a delegada.
Ednéia Chagas destacou que eventuais vítimas do acusado devem procurar a polícia para denunciá-lo, a fim de que responda por todos os crimes cometidos. “As investigações continuam sendo feitas e acreditamos que há outras vítimas deles. Neste caso, peço que nos procure para que possamos assim esclarecer totalmente a participação dos dois em crimes de estelionato praticados em Mucajaí”, disse.