Considerado um dos maiores narcotraficantes do país, o roraimense Nadson Leão Lira, de 35 anos, foi preso por volta das 17h30 desta quarta-feira (31), no bairro Buritis, em Boa Vista, capital de Roraima, por agentes da Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), coordenada pela Polícia Federal e pela Divisão de Inteligência e Captura (Dicap), da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). Dessa operação, participaram quase 20 policiais.
Ele estava preso em regime fechado desde 2008 na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), cumprindo pena condenado a 30 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas, associação para o tráfico, tráfico internacional e porte ilegal de arma de fogo.
Nadson teria fugido da Pamc em 14/11/2013, menos de um mês após retornar do Sistema Penitenciário Federal, onde esteve custodiado por cerca de dois anos e meio. “Enquanto esteve nessa prisão federal, fez amizade com chefões de uma organização criminosa oriunda do Rio de Janeiro que atua m todos o pais, estabelecendo negócios com esses criminosos”, disse o chefe da Divisão de Inteligência e Captura, Roney Cruz.
Desde então, o narcotraficante passou a ser investigado pela polícia. Nestes últimos oitos anos, Nadson estava vivendo na fronteira da Colômbia com a Venezuela.
“Os policiais já sabiam que o foragido estava vivendo na divisa desses dois países, utilizando documentos falsos em nome de Tonni Alberto Barboza Diaz, levando uma vida luxuosa, porém evitava vir a Roraima, possivelmente por desconfiar que poderia ser preso. Nadson é bastante conhecido aqui em Boa Vista, dos tempos que era piloto de motocross”, comentou o secretário de Justiça e Cidadania, André Fernandes.
O secretário informou ainda que em posse de Nadson foram encontradas duas carteiras de identidade, sendo uma venezuelana e outra colombiana, além de uma carteira de estudante de medicina em uma universidade da Venezuela e um passaporte.
“Além de condenado, Nadson é apontado como um dos principais fornecedores de drogas de Roraima, Amazonas e Rio de Janeiro, e vários inquéritos apontam o roraimense como chefão do trafico, sendo a cocaína o principal produto dos negócios”, comentou Roney Cruz.
O chefe da Dicap esclareceu que a prisão não ocorreu nos outros países, devido as dificuldades de relação com a Colômbia e a Venezuela. “Mas, durante as investigações, descobrimos que Nadson teria comprado uma fazenda na cidade de Iranduba, no Amazonas, que servia de base para trabalhar uma nova rota do tráfico, e assim continuar mantendo contatos comerciais”, contou.
“Nadson chegou em Boa Vista na segunda-feira (26), vindo do Amazonas, quando montamos a operação”, disse Roney Cruz. Na tarde de hoje (1°), Nadson passou por exame de corpo delito e encaminhado para a Pamc, onde, segundo o secretário da Sejuc, ficará uma cela de segurança máxima.
André Fernandes, secretário da Sejuc, e o chefe da Dicap, Roney Cruz, durante entrevista nesta quinta-feira (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)