Polícia

Policiais civis são presos em esquema ilegal de ouro

A operação foi comandada pela Corregedoria de Polícia Civil e o caso corre em segredo de justiça

Três agentes da Polícia Civil de Roraima foram presos na manhã desta terça-feira (23), após uma investigação da Corregedoria de Polícia (Corregepol). Os presos estão sendo investigados por envolvimento em um esquema de ouro ilegal extraído dos garimpos indígenas. 

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Delegacia Geral de Polícia Civil confirmou a prisão, mas disse que por conta da operação correr em segredo de justiça, os detalhes serão divulgados somente após o fim das investigações. O Ministério Público, que também estaria envolvido nas prisões, ao ser procurado pela Folha, respondeu que “o caso encontra-se em segredo de Justiça, portanto, somente ao final das investigações o MPRR poderá se manifestar publicamente acerca dos fatos investigados”.

Em busca de mais informações sobre o que de fato motivou as prisões, a Folha ouviu de fontes extraoficiais que dois dos três policiais envolvidos foram denunciados à Corregepol após terem tirado milhares de reais em barras de ouro de um garimpeiro, possivelmente de nacionalidade venezuelana, no município de Pacaraima, ao norte do estado.

Segundo as fontes ouvidas pela Folha, o garimpeiro estaria organizando uma viagem de Pacaraima a São Paulo, para onde levaria o ouro ilegal, o que teria despertado o interesse dos agentes que teriam forjado uma operação e levado as barras, já que não havia comprovação da procedência do minério. “Tem gente muito grande envolvida nessa história, por isso a decretação do sigilo tão rápido”, confirmou uma dessas fontes ouvidas pela Folha.

A vítima teria chegado a denunciar o caso na polícia, mas depois desapareceu e está sendo procurada. O ouro também não foi encontrado até o momento. Foram feitas busca e apreensão dos aparelhos celulares dos agentes civis envolvidos no caso e, devido ao conteúdo encontrado, o Ministério Público teria representado pela prisão.

Ainda, foi dito que dois dos policiais já estiveram envolvidos em atividades ilícitas e um deles teria chegado a ser expulso da corporação, mas retornou.

Informações finais são de que os detidos foram encaminhados para o Distrito de Repressão às Ações Criminosas (DRACO) da Polícia Civil, localizado no Centro de Boa Vista, e não para Comando de Policiamento da Capital (CPC), como divulgado anteriormente pela imprensa.