Após 72 horas foragido, o policial civil C.A.V.S., de 52 anos, foi localizado e preso por volta das 23h da noite desta segunda-feira, 20, no bairro Caranã, zona Oeste de Boa Vista. Enquadrado na União, ele é investigado por estuprar uma menina de 11 anos, que era sua enteada.
As investigações iniciaram no dia 6 de janeiro, C.A.V.S. chegou a prestar depoimento junto com a esposa, que também é acusada de omissão, registro e armazenamento de pedopornografia, mas ambos negaram as acusações. A prisão preventiva da mulher foi negada pelo juiz responsável.
Durante as investigações, foi constatado que a mulher sabia dos abusos e chegou a filmar uma das situações para usar contra o marido.
Na última sexta-feira, 17, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu um mandado de prisão preventiva contra os dois e realizou uma operação conjunta com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Corregedoria-Geral de Polícia (Corregepol) e com o apoio do Grupo de Resposta Tática (GRT) para prendê-los, mas o acusado não foi encontrado em sua residência e foi declarado foragido
O delegado da DPCA, Matheus Rezende, explicou que as buscas pelo foragido não cessaram desde a deflagração do mandado de busca e apreensão na casa do policial. No dia que as equipes foram na casa dele, materiais que poderiam ajudar nas investigações foram apreendidos.
“Neste período, o investigado teve tempo suficiente para uma apresentação voluntária, mas não demonstrou qualquer intenção de se entregar, e nenhum advogado fez contato com as equipes. Diante disso, as equipes intensificaram as diligências e conseguiram localizá-lo nesta segunda-feira”, disse o delegado.
Localizado e abordado em uma rua, foi encontradoa uma sacola com crack com C.A.V.S., além de uma pistola calibre 9mm. As investigações seguem sob a responsabilidade exclusiva da DPCA e da Corregedoria da Polícia Civil.
Entenda o Caso
A investigação iniciou na DPCA quando o delegado Matheus Rezende recebeu a denúncia de que C.A.V.S., estaria abusando sexualmente da enteada há anos, com a conivência da mãe da vítima. Segundo a denúncia, em certa ocasião a mulher teria registrado em vídeo os abusos contra a filha, para utilizar em eventuais ameaças contra o suspeito.
O delegado informou ainda que foi instaurado Inquérito Policial para esclarecer o crime. No entanto, destacou, de acordo com as informações obtidas durante a investigação, esta não seria a primeira vez que o agente estaria envolvido em práticas abusivas.
Há indícios de que ele já teria cometido abusos contra outras pessoas, o que amplia a gravidade do caso e reforçou a necessidade de uma apuração mais rigorosa.
A vítima, em escuta especializada, confirmou os abusos e relatou que sua mãe gravou um dos episódios. A partir disso, a DPCA e a Corregedoria representaram pela prisão preventiva do agente e da mãe, além de solicitar medidas de busca e apreensão e a quebra de sigilo telemático. O juiz responsável decretou a prisão preventiva do agente e autorizou as medidas solicitadas, mas negou o pedido de prisão da genitora.
A criança está sob a guarda do pai. A primeira vez que ela relatou sobre os abusos foi para a psicóloga da DPCA. Ele intimidava a criança, dizendo que se ela o denunciasse, tanto ele, quanto a mãe dela, seriam presos. A menina foi encaminhada para a maternidade, para o Conselho Tutelar e atendimento psicossocial.
Um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado contra o policial pela Corregedoria Geral da Polícia Civil.