Pelo menos oito pessoas podem ter sido mortas em um suposto massacre que teria sido cometido por um grupo armado conhecido como “Sindicato”, que busca o controle das minas ao sul do estado de Bolívar, na região de Gran Sabana, Venezuela. A possível chacina teria ocorrido na manhã de ontem, 22, em uma área conhecida como Ikabarú, no município de Santa Elena de Uairén, que faz fronteira com o Brasil por Pacaraima, ao Norte de Roraima
As informações foram noticiadas pelos jornais venezuelanos El Pitazo e Talcualdigital. Entre os mortos estariam trabalhadores das minas e um sargento da Guarda Nacional Venezuelana identificado como Antonio Perera, que morava em Santa Elena de Uairén.
Parentes de mineiros da região, que cobre o sudoeste do Gran Sabana, disseram que o acesso a Ikabarú é proibido e poucos mineiros teriam conseguido deixar o local após tomada da área pelo chamado “Sindicato”. Além disso, os parentes comentaram que o exército venezuelano ou algum outro órgão de segurança teria entrado em Ikabarú devido à presença da quadrilha, considerada uma das mais perigosas e com o maior número de homens no estado de Bolívar.
A Organização Ação em Direitos Humanos (Provea) confirmou o alerta dos moradores indígenas do local e instou as autoridades a protegerem o povo Pemón, incluído no relatório sobre a Venezuela do Alto Comissário das Nações Unidos pelos Direitos Humanos, publicado em 4 de julho deste ano, onde são identificados como uma população vulnerável e em risco.
“Lembramos o massacre que ocorreu em fevereiro de 2019, mesmo em total impunidade, com a militarização e o processo de expansão de grupos armados para os territórios de Pemón. Há uma necessidade urgente de respeito, proteção de seus direitos territoriais, consulta prévia e proteção de sua integridade e vida”, disse a ONG.