Polícia

Presas fazem cartazes pedindo comida

Governo do Estado informou que alimentação de detentas da Cadeia Feminina já foi normalizada

Esposas, irmãs e mães de presos da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (PAMC) e de detentas da Cadeia Feminina Pública, ambas situadas na zona rural de Boa Vista, estavam mobilizadas na manhã de sábado nas proximidades das unidades prisionais pedindo que as visitas fossem normalizadas, assim como a alimentação dos presos.

Conforme a mãe de um dos presos, durante revista realizada na sexta-feira, 18, policiais teriam danificado pertences dos detentos. “Somos nós que compramos os ventiladores e colchões com o pouco dinheiro que conseguimos do nosso trabalho para que eles tenham ao menos as mínimas condições de sobrevivência naquele lugar. Em nosso estado faz muito calor, creio que pelo menos um ventilador eles têm direito, pois estão pagando pelos erros”, relatou.

Os familiares disseram ainda que o café da manhã do sábado foi entregue às 11h. “É um absurdo o modo como nossos filhos estão sendo tratados. Quem não foge é porque quer cumprir sua pena. Por isso, eles deveriam ser tratados com dignidade”, ressaltou a mãe de um dos detentos que preferiu não se identificar.

Enquanto a equipe da Folha estava nas proximidades das unidades prisionais, detentas gritavam pedindo socorro, dizendo que estavam com fome. Elas também seguravam cartazes afirmando que estavam sem comida. A mãe de uma detenta disse que até as gestantes estavam passando mal porque não estava havendo alimentação regular. Ela ainda informou que a falta de alimentação começou na unidade prisional feminina após uma rebelião na Penitenciária Agrícola.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com o Governo do Estado, que em nota informou que a alimentação da Cadeia Feminina já foi normalizada. Quanto à situação dos pertences dos presos da PAMC, a nota ressalta que os objetos foram retirados e encaminhados para a administração da unidade, porque estão passando por análise. Após concluída a verificação dos objetos, serão liberados e devolvidos aos presidiários.

Explicou ainda que a limpeza da unidade prisional é realizada pelas próprias detentas, dentro do processo de redução de pena, ou seja, a cada três dias trabalhados um dia é reduzido da pena, porém nos últimos três dias elas têm se recusado a limpar o local, não sendo assim possível o acesso dos familiares uma vez que a falta de limpeza compromete as visitas. Dessa forma, as visitas só serão retomadas quando as detentas retornarem a realizar a limpeza da unidade prisional. (T.C)