Presidiário é morto a facadas no Pricumã

A polícia prendeu ontem dois adolescentes e um adulto suspeitos de terem matado a facadas o presidiário Antônio Marcelo de Souza Silva, de 27 anos, na noite de anteontem, no bairro Pricumã, zona Oeste. A Folha entrevistou os três, no começo da noite de ontem, na recepção do Instituto Médico Legal (IML). Os adolescentes têm 13 e 17 anos. O adulto é Lazinho Ferreira Clobino Filho, de 36 anos.
O adolescente de 13 anos disse que há quatro meses vinha mantendo um caso amoroso com a namorada do presidiário. “Ele saiu da Cadeia de São Luiz do Anauá e ontem [terça-feira] à noite foi lá em casa, onde estávamos eu, a namorada dele e minha mãe. Ele agrediu a garota e a levou para casa da mãe dela, no bairro Pricumã. Depois eu liguei e uma prima dela disse que ele estava transando com ela no banheiro”, relatou o garoto.
O adolescente, então, teria dito aos outros dois colegas que Antônio estava estuprando a menina. Depois os chamou para matar o presidiário. “Aí a gente foi na casa da mãe dela e ele já estava no quarto. Entramos e o pegamos, mas eu não dei a facada. Só os outros dois”, defendeu-se. O outro adolescente, de 17 anos, confirmou. Disse que deu uma facada. O adulto também assumiu a culpa. “Mas dei só um corte nas costas dele”, afirmou Lazinho.
Após matarem o presidiário, os três fugiram e horas depois a Polícia Militar apreendeu o adolescente de 13 anos. Os agentes da Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ) apreenderam o de 17 anos. Os agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) prenderam o maior de idade, Lazinho.
A delegada titular da DGH, Mirian Di Manso, acrescentou que a vítima era preso da Cadeia Pública de São Luiz do Anauá, Sul do Estado, e que tinha um alvará de soltura com sete dias de validade. “Ele tinha acabado de chegar à cidade”, frisou.
Os dois menores fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), no começo da noite de ontem, e foram entregues no Centro Socioeducativo (CSE), zona rural. Lazinho também passou pelos procedimentos e foi entregue na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (PAMC), também na zona rural. (AJ)