Duas pessoas consideradas líderes de uma facção criminosa com o “cargo” de “geral” e “disciplina” foram presas nessa quinta-feira (7), por agentes da DGH (Delegacia Geral de Homicídios), após o cumprimento de mandado de prisão temporária por 30 dias. No momento do cumprimento do mandado, os dois foram presos em flagrante por crime de tráfico e associação para o tráfico de drogas. Eles são apontados como participantes da execução da estudante Erika Samay Rodrigues da Silva, de 18 anos, vista com vida pela última vez por volta das 14h30, do dia 9 de outubro deste ano.
De acordo com informações prestadas pelo delegado da DGH, Jorge Wilton Nepomuceno, que preside as investigações que visam esclarecer as circunstâncias, as causas e os autores da execução de Erika Samay, foram presos Camila dos Santos Ribeiro, de 30 anos, e o companheiro dela, Ériton Moura dos Santos, de 24 anos, apelidado de “Miami”.
O CASO
A partir da comunicação do desaparecimento da jovem Erika Samay Rodrigues da Silva, vista com vida pela última vez por volta das 14h30, do dia 09 de outubro, a Polícia Civil, iniciou as investigações, que resultaram na prisão em flagrante de seis pessoas adultas e uma adolescente de 16 anos, acusadas de participação em seu assassinato.
Os trabalhos apontaram que a garota foi submetida a um “tribunal” por integrantes de uma organização criminosa e levada pelo próprio namorado, o mecânico de motocicleta Alan da Silva Sousa, de 26 anos, para ser morta.
O caso passou a ser investigado pela DGH e NI (Núcleo de Inteligência). Para a prisão dos acusado no crime, contou também com o apoio do GRT (Grupo de Resposta Tática) e DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa), da Polícia Civil.
O delegado Jorge Wilton Nepomuceno, expediu Ordem de Missão aos agentes para iniciarem as investigações no sentido de localizar a jovem ainda com vida.
Os trabalhos apontam que o processo de “julgamento” de Érika Samay, pelos criminosos teve início no dia 08 de outubro e a garota ainda foi vista com vida no dia 09, mas que sua execução teria ocorrido provavelmente no dia 10.
A ordem de execução de Erika Samay, segundo as investigações, partiu após o julgamento dela, pelo tribunal do Crime.
Érika Samay foi levada para três cativeiros diferentes, sendo um numa área de invasão chamada Nova Esperança, no bairro Equatorial, o segundo no bairro Pedra Pintada e, o terceiro, onde teria sido executada, provavelmente no bairro João de Barro.
Na ocasião foram presas as seguintes pessoas: O chapeiro José Lucas Almeida da Silva, de 19 anos, apelidado de “Mizuno”, apontado como sendo integrante de uma organização criminosa, com a função de fazer levantamento de integrantes dessa facção que não estão “em sintonia” com o grupo; O jardineiro Mesack de Freitas Barbosa, de 40 anos, dono de uma das casas em que a garota teria sido mantida em cativeiro; O técnico em refrigeração Leandro Santos da Luz, chamado de “Guilherme”, namorado da adolescente apreendida e integrante da organização criminosa; Raiana Costa de Souza, apelidada de “Neurótica” ou “Santa Morte”, de 37 anos, apontada como integrante da organização criminosa e, juntamente com o marido, de serem os donos do Celta de cor preta, usado para o transporte da vítima; Dackson Barros Muniz, vulgo “Das Trevas”, de 22 anos, marido de Raiana Costa; O mecânico de motocicleta Alan da Silva Souza, vulgo “Zona Leste”, namorado de Erika Samay. Além disso, uma adolescente foi apreendida.
BUSCAS PELO CORPO
O corpo de Érika Samay foi localizado na tarde do dia 25 de outubro, após várias diligências realizadas pela equipe da DGH, numa área de difícil acesso, na zona Oeste de Boa Vista.
INVESTIGAÇÕES CONTINUADAS
Para identificar outros autores da execução de Érika Samay, as investigações continuaram sendo realizadas pela equipe da DGH. O delegado Jorge Wilton representou na Justiça pela prisão de mais duas pessoas, Camila e o companheiro dela, Ériton.
A Justiça decretou a prisão e durante todo o dia de ontem, dia 07, foram realizadas diligências para prendê-los. O casal foi preso em uma casa, localizada no bairro Pedra Pintada. Durante revista na casa, foram encontrados papelotes de skank, preparados para o comércio. Camila afirmou que vende drogas para “sobreviver”. O casal foi autuado em flagrante por crime de tráfico de drogas.
Sobre a morte de Érika Samay, tanto a acusada Camila quanto companheiro dela negaram a participação no crime. Entretanto, para o delegado Jorge Wilton Nepomuceno, as investigações confirmam a participação dos dois. Inclusive, ambos seriam uma espécie de “juízes” no tribunal, do qual a jovem foi submetida.
Pelo crime de tráfico e associação para o tráfico de drogas, o casal foi autuado em flagrante e posteriormente apresentados à Audiência de Custódia.