Polícia

Presos fazem greve e direção da Pamc decide suspender visitas

Enquanto os presos se negarem a trabalhar para remissão de pena e continuarem impedindo a saída para audiências, suspensão irá continuar

As visitas na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), que foram canceladas desde o fim de semana, continuam suspensas. Os presos também não são mais liberados para o banho de sol e nem recebem alimentos dos familiares. Conforme o Departamento do Sistema Penal do Estado (Desipe), os presos ainda estão em greve e continuam sem realizar a limpeza do local, o que impossibilita a unidade de receber os visitantes.

Com a manifestação, os presos não estão permitindo que outros saiam para participar de audiências judiciais ou para a remição de pena, que neste caso se resume à limpeza do presídio. “Isso está causando um grande problema para eles próprios, pois o ambiente está ficando insalubre e sem condições para receber visitas, que já foram suspensas no fim de semana. Os detentos precisam cumprir com o seu dever, com suas obrigações previstas em lei. Enquanto isto não acontecer, não iremos autorizar as visitas”, disse o diretor do Desipe, Alain Delon.

Apesar do transtorno, a administração penitenciária está tentando regularizar a situação. “Já nos reunimos com os presos, junto à Comissão de Direitos Humanos da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], e tentamos resolver o problema. Mas os detentos não estão de acordo com as regras adotadas pelo sistema prisional, que são normas impostas para garantir a integridade física dos próprios presos, dos familiares e dos agentes penitenciários”, explicou.

Segundo ele, os detentos estão insatisfeitos com a divisão dos dias de visitas. “A lei penal não determina a quantidade de visitas mensais. No caso da Penitenciária Agrícola, estamos disponibilizando duas por ala, de 15 em 15 dias. Esse procedimento foi adotado por conta do ocorrido em outubro do ano passado, quando durante um dia de visitas presos invadiram uma das alas e mataram 10 pessoas”, lembrou o diretor.

Segundo ele, os detentos querem que as visitas voltem a acontecer todos os fins de semana. “Quando as visitas eram liberadas constantemente, havia familiares que madrugavam e muitos não conseguiam uma vaga para ver o seu familiar. Elas passavam o dia inteiro na fila e não conseguiam. Era um problema que hoje não acontece”, argumentou.

Apesar da diminuição do número de visitas mensais para cada preso, a administração penitenciária tem buscado outras formas para beneficiá-los. “Estamos concedendo a possibilidade de receber mais itens de seus familiares durante os dias de visitas, além de cinco horas de banho de sol, o que não acontecia antes. Estamos fazendo de tudo para que os detentos voltem a trabalhar e para que as visitas voltem a ocorrer. Enquanto os presos não acabarem com a greve, as visitas, o banho de sol e o recebimento de alimentos estarão suspensos”, frisou Alain Delon. (B.B)