Polícia

Professor da rede estadual é suspeito de estuprar aluna de 15 anos

O caso aconteceu no mês passado e, após tomar conhecimento, Secretaria de Educação afastou professor da sala de aula

A família de uma estudante de 15 anos procurou a Folha na tarde de ontem, dia 3, para denunciar um crime de estupro praticado por um professor da rede estadual de ensino. De acordo com as informações colhidas pelo pai da vítima, há outras denúncias contra o mesmo profissional em outras escolas pelas quais lecionou. O Governo do Estado informou, por meio de nota, que o professor está afastado desde o dia 1o de agosto e que a aluna abusada passa por acompanhamento psicossocial.

O pai da adolescente fez o registro do Boletim de Ocorrência (B.O) no dia 17 do mês passado, assim que descobriu que a filha foi assediada pelo professor que seduziu e estuprou a aluna. “Eu desconfiei porque quem é pai sabe quando os filhos escondem alguma coisa. O comportamento estava estranho. Nós somos evangélicos e a gente sabe quando alguma coisa está errada. Ela tem 15 anos, mas tem a mentalidade de uma criança, é muito ingênua”, declarou.

A vítima contou detalhes do estupro, disse que no dia 16 de julho, quando fazia o trajeto entre a escola e sua residência, foi abordada pelo professor que já se aproximava dela há alguns meses e pediu que ela entrasse em seu veículo. Depois disso levou a menor para a casa dele e cometeu o abuso sexual. “Ela acabou falando na mesma noite e, no dia seguinte, tomei as providências indo à Delegacia, à escola e ao Conselho Tutelar”, acrescentou.

O tio da vítima relatou que a família procurou as instituições de ensino por onde o docente havia passado e descobriram que outros adolescentes, incluindo garotos, foram abusados por ele. “Inclusive, quando eu fui formalizar a denúncia no Conselho Tutelar, um adolescente que foi aluno do professor já tinha formalizado uma denúncia em relação ao assédio praticado contra ele. Conversando com uma professora tivemos informações de que ele seduzia tanto meninos quanto meninas, inclusive a diretora da escola já tinha uma série de documentos sobre a postura do professor e ela mesma também denunciou o caso. Não somos a primeira família a procurar a escola para tratar do assunto daquele professor”, ressaltou.  

Há indícios de que o profissional tenha praticado o crime com os alunos das escolas por onde passou. “Ele deu aula na Escola Maria das Dores Brasil, Hélio Campos, Professor Antônio Carlos da Silva Natalino e atualmente está lotado na Escola Monteiro Lobato, mas a direção já sabe da procedência e das denúncias contra ele”, explicou.

Devido ao constrangimento, a aluna teve receio de retornar para a rotina de estudos na escola, mas foi orientada pela família e continua estudando na mesma instituição. “Minha indignação é porque depois de várias denúncias, ele continua dando aula. Já fomos à Secretaria de Educação, formalizamos a denúncia e não é a primeira, já tinham outras denúncias contra ele e mesmo assim continua lecionando. Se não tomarem providência vai continuar acontecendo o aliciamento de menores”, enfatizou.

A polícia tem conhecimento dos casos e está investigando cada denúncia formalizada nos últimos meses. A menor passou por exame de conjunção carnal que confirmou o estupro e que o ato foi realizado sem uso de preservativo, por isso a adolescente foi medicada com antivirais.

“Um indivíduo desses não é um professor e continua na sala de aula. Como pai não é fácil porque a gente cria os filhos, mostra o caminho, ensina o certo, para um homem desses abusar da filha”, finalizou.
GOVERNO – A Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) informou que o caso está sendo apurado por meio de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) e o professor denunciado está afastado desde o dia 1º de agosto, imediatamente após a formalização da denúncia.

A equipe do departamento psicossocial da Seed está realizando o acompanhamento psicológico com a aluna e a Secretaria vai colaborar com as investigações em andamento no âmbito da Polícia Civil. Afirmou ainda que a instituição repudia esse tipo de atitude, pois não compactua com desvios de conduta que violem os direitos humanos e maculem o mister do educador.

A Seed colocou a ouvidoria do órgão à disposição da comunidade para atendimento em todas as circunstâncias envolvendo a comunidade escolar, bem como demais servidores daquela pasta. O atendimento na ouvidoria ocorre via telefone, por meio do número 3621-3092 ou pessoalmente na sede da instituição, localizada na Rua Barão do Rio Branco, 1402 – Centro. (J.B)