Saiba quais crimes os influenciadores podem responder por divulgar o “jogo do tigrinho”

Participar de jogos de azar pode trazer problemas sérios, tanto para você quanto para quem está promovendo

No Brasil, jogos baseados exclusivamente na sorte, como o "Fortune Tiger" – popularmente conhecido como "jogo do tigrinho" – são considerados jogos de azar. (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)
No Brasil, jogos baseados exclusivamente na sorte, como o "Fortune Tiger" – popularmente conhecido como "jogo do tigrinho" – são considerados jogos de azar. (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)

Você já ouviu falar do “jogo do tigrinho”? Talvez tenha visto alguma propaganda nas redes sociais, promovida por influenciadores prometendo grandes prêmios e dinheiro fácil. Parece tentador, não é? Mas você sabia que participar desses jogos pode trazer problemas sérios, tanto para você quanto para quem está promovendo?

O que diz a lei sobre jogos de azar?

No Brasil, jogos baseados exclusivamente na sorte, como o “Fortune Tiger” – popularmente conhecido como “jogo do tigrinho” – são considerados jogos de azar. De acordo com a Lei de Contravenções Penais, participar desses jogos é um delito de menor potencial ofensivo. E há um agravante: esse jogo específico é promovido em plataformas clandestinas, ao contrário das apostas regulamentadas, as chamadas “bets”.

A Propaganda enganosa dos influenciadores

Você já se sentiu atraído por um anúncio onde tudo parece perfeito demais? Segundo a advogada Lorrana Gomes, se um consumidor é influenciado a comprar um produto ou serviço com base em informações falsas ou distorcidas, isso é considerado propaganda enganosa. E isso é exatamente o que muitos influenciadores estão fazendo com o “jogo do tigrinho”. Eles usam versões de demonstração do jogo que são programadas para dar mais prêmios, criando uma falsa impressão de facilidade para ganhar dinheiro.

A Dra. Lorrana explica que, de acordo com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, essa prática pode resultar em detenção de três meses a um ano, além de multa. Ou seja, não é só uma propaganda inofensiva – é um crime!

E os outros crimes?

A propaganda enganosa é apenas a ponta do iceberg. Muitos influenciadores estão sendo investigados por crimes ainda mais graves.

Por exemplo, em novembro do ano passado os influenciadores digitais Du Campelo, Gabriel e Ricardo foram presos em Curitiba e tiveram bens, como carros de luxo, armas e dólares em espécie apreendidos com uma movimentação estimada de R$13 milhões em apenas seis meses. Neste caso, eles foram investigados por crime contra a economia popular, associação criminosa, exploração de loteria sem a autorização legal e lavagem de dinheiro.

O que você deve fazer?

Então, o que você pode fazer para se proteger? Primeiro, desconfie de promessas de dinheiro fácil. Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é. Segundo, verifique sempre a legalidade das plataformas de jogo antes de participar. E, por último, seja crítico com as informações que recebe nas redes sociais – nem tudo o que é promovido por influenciadores é legítimo.